Simpósio reúne pesquisadores de diversos países para discutir a língua portuguesa

A Universidade Federal de Goiás recebe de 2 a 5 de julho o IV Simpósio Mundial de Língua Portuguesa. O evento teve mais de 2 mil inscrições , sendo mais de 700 alunos de graduação. Mesmo após o encerramento das inscrições mais de 400 pedidos de inscrições foram negados. Participaram da abertura, realizada na manhã do dia 2 de julho, a diretora do Centro de Seleção, Luciana Freire, que representou o reitor da UFG, Edward Madureira, o diretor da Faculdade de Letras, Francisco Quaresma, a Presidente da Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Maria Zaira Turchi e a coordenadora do evento, professora da Faculdade de Letras da UFG, Vânia Casseb.

A cerimônia começou com as apresentações artísticas do coral Lettere InCanto, da Faculdade de Letras e do grupo de catireiros Os Considerados, de Silvânia (GO). Durante as falas das autoridades a professora Vânia Casseb destacou o papel do congresso que vai discutir desde questões da linguística e da gramática, passando pelo ensino e políticas públicas, a difusão da língua portugesa no mundo, até o fazer literário na língua portuguesa. O diretor da Faculdade de Letras, Francisco Quaresma, começou seu discurso em Libras, saudando os diversos participantes surdos do congresso. O professor também destacou o problema da desvalorização da carreira docente e da necessidade de não se deixar abater e repensar a formação de professores. A presidente da Fapeg destacou a necessidade de fomentar a pesquisa na área e de que o campo das Letras busque seu espaço na pesquisa científica.

Após a mesa de abertura teve início a primeira conferência do congresso que trouxe os professores Anthony Julius Naro (UFRJ) e Maria Marta Pereira Scherre (UnB/UFES/UFRJ). A mesa foi coordenada pela professora da Faculdade de Letras da UFG, Tânia Rezende. Eles realizara uma palestra sobre a linguística e a política linguística, os aspectos variáveis em português. Os dois pesquisadores trabalham juntos a mais de 40 anos comparando amostras de falas de brasileiros com diversos perfis. Eles avaliam questões de concordância verbal e nominal de acordo com o perfil dos falantes, observando a correção das concordâncias utilizadas, desde amostras de textos do português arcaico, passando por estudantes do antigo Movimento (Mobral), até amostras de falantes atuais. Segundo Anthony Naro, essas variações não implicam em mudança da língua, mas toda a mudança parte das variações. Segundo ele, conhecer essas alterações também ajuda a compreender até que ponto algumas características como o número de anos de estudo influencia da norma culta pelo falante.