Debatedores discutem sobre histórico e rumos da pós-graduação

"Ciência, tecnologia, emancipação e os rumos da pós-graduação" foi o tema do debate de abertura do 1º Salão Nacional de Pós-Graduandos da UFG e 1º Encontro Goiano de Pós-Graduandos. Promovido pela Associação de Pós Graduandos da UFG, o evento foi realizado nas Faculdades de Letras e História.

A professora Divina das Dores de Paula Cardoso, Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFG, fez um relato histórico sobre a geração do conhecimento e a movimentação da pesquisa. Ela falou da criação dos cursos de mestrado acadêmico, na década de 70, passou pelo doutorado (anos 80), até o surgimento do mestrado profissional. A professora destacou ainda as estratégias do Plano Nacional de Pós-Graduação.

Durante toda a apresentação, a professora ressaltou que há bastante espaço para expansão e crescimento da pós-graduação. "Há uma necessidade evidente da formação e fixação de novos doutores. A diferença entre as regiões metropolitanas e o interior é muito grande", discursou. Entre as áreas estratégicas para o Brasil estão: tecnológicas, engenharias, educação, ambiente, saúde e agrárias.

Críticas
Já o professor Ivo Tonet, da Universidade Federal de Alagoas, marxista declarado, disparou críticas sobre o incremento da pós-graduação como forma de desenvolvimento do país. "O que as classes sociais querem? Qual o interesse da classe trabalhadora, que é quem produz riqueza? As ideias de desenvolvimento são sempre colocadas na perspectiva burguesa", disse.
Tonet argumentou que "as Universidades de Harvard (Estados Unidos) e Cambridge (Inglaterra) têm altíssimos conceitos de avaliação e produzem conhecimento da mais alta qualidade técnica, mas da pior qualidade humana". Ele reiterou que a emancipação humana implica em outra forma de sociabilidade. "A essência é mudar a forma do trabalho: de assalariado para associado".

Protestos
Durante o encontro alguns estudantes protestaram contra a sucessão da diretoria da Associação dos Pós-Graduandos. Eles distribuíram nota de protesto contra o processo eleitoral e defenderam o voto nulo, como forma de não legitimar a escolha e provocar um novo processo eleitoral.