Congresso objetiva colocar em discussão a relação homem-fauna-ambiente
Texto: Kharen Stecca
Fotos: Carlos Siqueira
Teve início nesta quinta-feira, 25 de abril, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal na UFG, o II Congresso Internacional Transdisciplinar de Proteção à Fauna. O evento, com mais de trezentas inscrições, reúne profissionais do Direito, Veterinária, Biologia, Medicina, entre outras profissões envolvidas com o bem-estar animal e também o uso de animais em pesquisa.
O congresso teve a organização da UFG em conjunto com o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás. Na abertura estiveram presentes representantes do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Ministério Público, Prefeitura, Batalhão Ambiental, Fundação de Apoio a Pesquisa no Estado de Goiás (Fapeg), entre outros.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Benedito Dias de Oliveira Filho, abriu a cerimônia destacando a importância de se pensar o bem-estar animal tanto dos animais domesticados e cada vez mais humanizados pelo homem, como são os animais de estimação, quanto dos animais de produção que nos servem de diversas formas e que precisam ter um manejo sustentável para garantir a produção. O vice-reitor da UFG, Eriberto Beviláqua Marin destacou que o evento é um momento de reflexão, troca de experiências e também uma oportunidade de pensar políticas públicas e modificações na legislação ambiental.

Vice-reitor da UFG, Eriberto Beviláqua Marin, presidiu a mesa de abertura

Primeira mesa-redonda do evento "Visão Transdisciplinar da Relação Homem-Fauna-Ambiente". Da esquerda para a direita, Ney de Barro Bello Filho (Juiz Federal do Maranhão), coordenadora científica do evento, Ekaterina Rivera, David Bayvel (WSPA) e Flávio Paranhos (PUC/GO)
Logo após a abertura, teve início a primeira mesa-redonda do evento com o tema: "Visão Transdisciplinar da Relação Homem - Fauna - Ambiente. A coordenadora científica do evento e professora da UFG, Ekaterina Rivera, mediou a discussão. O primeiro palestrante foi o professor da PUC Goiás, Flávio Paranhos que falou do ponto de vista filosófico sobre a evolução da relação homem-fauna-ambiente. Ele destacou que o homem tem maior empatia com o sofrimento animal a medida que o antropomorfiza, o que é bastante claro em nossa relação com animais de estimação. Sobre o uso de animais em pesquisas ele destacou que a alternativa ética hoje não é não usar animais, mas sim utilizá-los o mínimo possível em pesquisas e sempre com respeito a boa prática. "Sempre que possível é preciso substituir animais, reduzir seu uso e refinar técnicas de manejo deles. Também é preciso estudar a relevância dos estudos", explica Flávio Paranhos. Ekaterina Rivera destacou que pensar filosoficamente o tema é básico para qualquer área: "Não é possível apenas trabalhar com conhecimentos técnicos sobre o assunto". Participaram também da discussão David Bayvel (WSPA), que discutiu o papel do médico veterinário no bem-estar animal e o Juiz Federal do Maranhão, Ney de Barros Filho, que falo sobre os desafios atuais do direito ambiental.
Diversos palestrantes ainda participarão do evento até amanhã. Entre eles David Mellor, co-diretor do Centro de Bem-estar animal e Bioética na Nova Zelândia, considerado um dos maiores pesquisadores atuais sobre bem-estar animal e a conferência da professora de comportamento e bem-estar Animal da Universidade Federal do Paraná, Carla Molento, sobre perícia de bem-estar animal em situações de denúncia de maus-tratos.
A programação completa está no sítio www.congressofauna.com.br
Público do Congresso reuniu profissionais de diversas áreas para discutir o bem-estar animalSource: Ascom/UFG

