Serviço Florestal brasileiro promove oficina sobre cerrado

Texto: Murilo Santos

Fotos: Carlos Siqueira

O Brasil ainda pensa quase que exclusivamente na preservação da Amazônia e acaba se esquecendo de estabelecer estratégias e ações práticas de proteção ao segundo maior bioma nacional: o cerrado. A conclusão é da maioria dos participantes da Oficina de Consulta Pública do Projeto Informações Florestais para uma Gestão Orientada à Conservação e Valorização dos Recursos Florestais do Cerrado pelos setores público e privado.

“Quando se fala em cerrado e caatinga as pessoas sempre têm a tendência de imaginar que são vegetações de segunda classe e não dão a devida importância”, alertou o diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, do Ministério do Meio Ambiente, Antônio Carlos Hummel, durante a abertura do encontro. “Temos censo demográfico, agropecuário, mas ainda não temos censo das florestas. Esse é o objetivo do Inventário Florestal Nacional, que neste evento discute o bioma cerrado” completou.

Antônio Carlos Hummel, diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro

Especialista em mudanças de clima e sustentabilidade, com mestrado e doutorado nos Estados Unidos, a engenheira florestal Simone Bauch, do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), fez a apresentação do Programa de Investimento Florestal – FIP. O programa visa promover melhorias na gestão florestal, com a redução do desmatamento e da degradação florestal. Aprovado em maio de 2012, o Plano de Investimentos do Brasil para o FIP busca o uso sustentável das terras e melhor gestão no bioma cerrado.

Simone Bauch, engenheira florestal do BID

Segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul, o cerrado é estratégico para o meio ambiente, economia e segurança alimentar. O cerrado cobre uma área expressiva do território nacional com estoques de carbono, recursos hídricos e biodiversidade. Mas ainda faltam promover e divulgar informações que possam contribuir com a valorização dos recursos florestais do bioma.

UFG. A oficina do Serviço Florestal Brasileiro foi realizada durante dois dias na Escola de Agronomia, com a presença de vários especialistas do setor. O reitor da Universidade Federal de Goiás, professor Edward Madureira Brasil, disse na abertura do evento que o papel da universidade é justamente trabalhar com o conhecimento. “É preciso conhecer bem o nosso cerrado para ‘explora-lo’ de forma adequada”, disse o reitor, que agradeceu a oportunidade de sediar a oficina.