Índios Xavante têm contato com a arte urbana de Santhiago Selon

Quatro membros da aldeia Sangradouro, no Mato Grosso, vieram a Goiânia para fazer o vestibular intercultural da UFG. Daniel Marãtede’wa, Giovanni Tsiramne, Rodrigo Tserenewe e Bartimeu Dzeremeire são professores na escola Estadual Indígena São José do Sangradouro, que fica na própria aldeia.

Mirna Anaquiri, da tribo Ticuna no Amazonas, é quem fez a proposta de trazer os Xavantes para uma galeria de arte. Segundo Mirna, o objetivo é “descobrir a referência para eles dentro da arte urbana quando eles vivem em uma aldeia”. Ela está fazendo licenciatura em Artes Visuais na UFG e participa do projeto Aldeia Digital, coordenado pelo professor Rafael Coelho. Ela conheceu os professores quando esteve na aldeia deles, por meio do projeto de extensão, e, como eles vieram para fazer o vestibular, aproveitou para proporcionar uma nova experiência aos Xavantes, que foram pela primeira vez a uma galeria de arte.

Santhiago Selon é artista contemporâneo e está apresentando a exposição “Novo Horizonte – Intervenção no Espaço da Galeria da FAV” – e foi em meio à exposição que Selon e os índios Xavantes se encontraram para uma conversa. Eles trocaram experiências e impressões sobre a obra do artista, que é muito geométrica e tem a proposta de pensar nas pessoas inseridas no meio urbano. Clique aqui para saber mais sobre a exposição de Selon.

Ao fim do encontro, eles fizeram rascunhos com desenhos habituais da sua aldeia, como a pintura corporal ou os adereços que eles usam, como as famosas cestarias, e grafitaram com espray na parede externa da Galeria da FAV. “Eu trouxe esprays para eles conhecerem materiais diferentes e que eu uso no meu trabalho”, declarou Santhiago. O artista ganhou uma pulseira Xavante, famosa entre este povo, e símbolo de amizade e proteção.