Incubadora conhece trabalho de coleta seletiva de três municípios de Goiás

A discussão de planos municipais de coleta seletiva e a estruturação de cooperativas de materiais recicláveis foram os pontos centrais das reuniões desta semana entre técnicos do Projeto Cata Sol/Incubadora Social da UFG e do Ministério Público com os promotores de justiça, gestores de Meio Ambiente e catadores das cidades de Nerópolis, Nova Veneza e Senador Canedo.

Além de conhecer a realidade atual dos catadores desses três municípios e a situação do trabalho desenvolvido pelas prefeituras nessa área, os encontros serviram também para reforçar o apoio técnico que a Incubadora da UFG irá proporcionar a partir de agora com a recém-aprovação do projeto Catadores Solidários (Cata Sol).

Financiado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), do Ministério do Trabalho, o Cata Sol vai garantir também equipamentos para a implantação de cooperativas em alguns municípios goianos. Serão financiados cerca de R$ 500 mil em compras de balanças, prensas, elevadores de cargas, tendas, computadores, além de materiais para escritório.

Em reunião, o coordenador da Incubadora, Fernando Bartholo, falou do principal objetivo do projeto, que é fomentar a implantação de programas de coleta seletiva, a criação de empreendimentos de economia solidária e de incubadoras locais, além de redes de cooperação atuantes com resíduos sólidos.

“Para que tudo dê certo, esses municípios devem entrar de ‘cabeça’ no projeto, investindo no trabalho de coleta seletiva. Nós, da Incubadora, desempenharemos o nosso papel, que é dar todo o suporte técnico para a viabilização de uma cooperativa”, frisa Bartholo.

Realidade – Em Nerópolis e Nova Veneza, a titular da 1ª Promotoria de Justiça, Elaini Cristina A. P. Trevisan, fez um pequeno relato da situação desses municípios no que diz respeito à coleta seletiva. Segundo ela, esse trabalho está hoje paralisado em ambas as cidades, mas deve ser reativado em breve, principalmente com a efetivação da parceria com a UFG.

Em Nerópolis, além da paralisação da coleta, os catadores encontram-se completamente desarticulados e desmotivados com o trabalho coletivo, preferindo ainda o serviço individualizado. “Os catadores são, geralmente, muito competitivos e individualistas. Não conseguem ver pontos positivos no trabalho coletivo. Temos que ensiná-los o sentido da cooperação. Vamos mostrar para eles que, por meio de cooperativas, o trabalho deles pode render muito mais, além de promover a socialização desses trabalhadores”, diz Bartholo.

Elaini Trevisan acredita que, por meio da Incubadora Social, a coleta seletiva de Nerópolis e Nova Veneza ganhará muito força e credibilidade. “Com esse projeto da UFG, o Cata Sol, os catadores vão poder se organizar melhor, constituindo cooperativas”, acredita.

Em Senador Canedo está em andamento um projeto piloto de coleta seletiva, implantado pela Prefeitura, que se estende a cinco bairros da cidade. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Alexandre Gonçalves Oliveira, o trabalho tem funcionado bem e com boa aceitação da população. “Isso graças ao trabalho de sensibilização, de educação ambiental e de divulgação dos nossos agentes comunitários”, frisa.

Ainda de acordo com Gonçalves, agora o segundo passo é a regulamentação da cooperativa de catadores – chamados pela Semma de ‘recicladores’. “É nessa fase que queremos contar muito com o apoio do projeto Cata Sol da UFG”, diz, acrescentando que esse projeto da Prefeitura tem toda a garantia de continuidade na próxima administração municipal.

Em todas as três reuniões desta semana ficou acertada a constituição de uma equipe, formada por um estagiário, um catador e um funcionário da Prefeitura, que será o elo de ligação com a UFG. “Essa equipe será a catalizadora do projeto Cata Sol. Será um meio para dinamizar o nosso trabalho”, explica Bartholo.