Estudante colombiano conclui intercâmbio de três meses na UFG

Sur 18/11/12 23:25.
Juan Sebástian é o primeiro estudante da Universidade de Caldas a realizar intercâmbio na UFG

O estudante Juan Sebástian Ospira Álvarez retorna para a Colômbia após três meses de estudos na Faculdade de Artes Visuais da UFG. Sob orientação da professora Alice Fátima Martins, Juan participou do programa de pós-graduação Arte e Cultura Visual. Juan Sebástian considera importante sua vinda, já que é a primeira vez que um estudante de sua universidade faz intercâmbio na UFG. Ele gostou tanto do país que pretende voltar no futuro. “De fato, quero voltar para fazer doutorado”, afirma.

Juan utilizará o próximo semestre para escrever sua dissertação na Universidade de Caldas, mestrado em Design e Criação Interativa. Após esse período, o mestrando retorna ao Brasil, onde ficará por aproximadamente um mês concluindo as pesquisas.

Confira abaixo uma entrevista com a professora Alice Fátima Martins sobre o intercâmbio:

Como se deu a vinda do estudante?

Buscando, na rede mundial de computadores, referências bibliográficas que pudessem dar suporte à sua proposta de projeto de pesquisa, Juan Sebastián encontrou a dissertação de Carla de Abreu, defendida na Universidade de Barcelona. Carla de Abreu é aluna egressa do curso de graduação em Artes Visuais - Licenciatura da FAV/UFG, onde foi minha orientanda de Pibic e de conclusão de curso. Atualmente ela está fazendo o doutorado pela Universidade de Barcelona. Nesta etapa de escrita da tese, ela encontra-se em Goiânia, atuando como professora substituta na FAV. Foi por meio dela que Juan conheceu o nosso programa de pós-graduação em Arte e Cultura Visual, e entrou em contato comigo, para obter mais informações sobre o programa e saber qual a possibilidade de fazer um estágio sob minha supervisão. A solicitação foi encaminhada formalmente no final de 2011, quando ele iniciou os procedimentos, na Colômbia, para sua vinda.

 

Qual a contribuição da UFG para o trabalho que ele tem desenvolvido?

Durante o período que Juan permaneceu conosco, acompanhou regularmente, como aluno especial, aulas de duas disciplinas, apresentando trabalhos, produzindo artigos. Aluno disciplinado, chamou a atenção dos professores e colegas por sua capacidade de produção e de discussão. Participou, também, de reuniões de orientação comigo, e de discussão sobre projetos de pesquisa. Todas essas atividades propiciaram que ele se aproximasse de modo mais consistente do campo da cultura visual, visando tomá-lo como referencial para o desenvolvimento do seu projeto de pesquisa. Fechou sua estada conosco com excelente avaliação. Nesse período, em comum acordo com Juan e a coordenadora do seu programa de origem, na Universidade de Caldas, aceitei assumir sua orientação de dissertação, em diálogo com um professor que assumirá, em Colômbia, a sua coorientação. Assim, nossa interlocução, a partir de agora, passa a ter a natureza da relação entre orientador e orientando, com planejamento de encaminhar sua defesa de dissertação até julho de 2013. A solicitação para que eu assumisse sua orientação deveu-se ao fato de que, na Universidade de Caldas, não haveria orientador com perfil para dialogar com o seu projeto de pesquisa.

 

Algum estudante da FAV fez o caminho inverso ao do Juan Sebastián?

Não. Na verdade, Juan integra uma tendência de busca, por parte de estudantes da Colômbia, de ampliação de seus campos de pesquisa e atuação, em universidades de outros países, particularmente no Brasil. O sistema de pós-graduação colombiano não é gratuito, e envolve custos muitas vezes pouco acessíveis para os estudantes. A possibilidade de, tendo conhecido nosso programa, e assim poder concorrer, por exemplo, a uma vaga para o doutorado aqui, acena como fonte motivadora para Juan. O mesmo não ocorre para nossos estudantes, entre outras razões, tendo em vista que, em Colômbia, não encontrariam as mesmas condições que encontram aqui para estudar.

Nesses termos, é possível pensar que o nosso programa, no contexto da UFG, funciona como uma referência com potencial de liderança nesse campo. Isso nos deixa otimistas em relação ao trabalho que temos desenvolvido. E também nos adverte quanto à necessidade de nos prepararmos melhor para cumprir esse papel, no cenário latino-americano.

 

Quais as dificuldades para o estabelecimento desse tipo de intercâmbio?

Nesta etapa de expansão, quando alguns programas de pós-graduação iniciam efetivamente o processo de internacionalização, nossa universidade precisa se aparelhar melhor para receber estudantes estrangeiros, como no caso do Juan. Há algumas dificuldades, como a inexistência de vagas suficientes na Casa do Estudante e a indisponibilidade de tíquetes para refeição, entre outras providências institucionais necessárias.  A universidade cresce, e precisamos nos preparar para atender novas demandas.

 

 

 

Source: Ascom/UFG