Idealizadores do 37° Festival de Música da EMAC avaliam o evento

In 05/11/12 01:57 .
Pela primeira vez tal avaliação é feita na programação do evento e aberta ao público

No quarto dia de realização do 37° Festival de Música, a Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da UFG  promoveu um debate intitulado “Performance musical: concepção, criação, realização e ensino no Brasil” mesmo tema do festival. O debate envolveu a professora associada da EMAC, Sônia Ray, e o professor convidado, Luis Mucillo, da Argentina.


                                              Luis Mucillo e Sônia Ray

 

Os idealizadores do evento avaliaram, durante o evento, o desempenho das atividades da programação. Foram apontadas as relações com a temática e as questões a serem exploradas nos próximos festivais. Segundo Sônia Ray, esta foi a primeira vez que a temática do evento foi avaliada, por meio de questões como: De que forma esse tema está sendo abordado? As atividades refletem a abordagem escolhida?

Para Sônia Ray, o debate é de grande importância, pois nele está inserido o ato de se perguntar: "O que nos interessa são as perguntas que fazemos e o que essas perguntas geram. Porque isso faz com que a gente vá para casa com uma inquietação para buscar ler e saber mais", afirma.

Inicialmente, Luis Mucillo comentou a mistura de produção artistica, educacional e científíca, proposta pelo evento e sua relação com o tema. Discutiu a importância da interdisciplinalidade da Música com outras artes, por exemplo, com a literatura ou com as artes plásticas.


 

Sônia Ray comentou o costume de homenagear um compositor vivo todos os anos no festival. Neste ano o homenageado foi o compositor Edmundo Villani-Côrtez (UNESP-SP). Ao longo do festival foram reservados três momentos para discutir suas obras. Os participantes puderam conversar com o próprio compositor, saber o que ele pensa do trabalho de composição, além de poder tocar suas obras. Com  base  nesse aspecto, foi mencionada a questão da performance. Foi discutido o problema das interpretações que diferem do original, que resultam em significados diferentes daqueles supostamente pretendidos pelo compositor, tendo o intérprete acrescentado novos sentidos à intenção inicial.

Por fim, discutiu-se a questão da originalidade, diferenciando-a de autenticidade. Os debatedores abordaram a preocupação com os padrões de composição musical em vigor desde o final do século 18, com dogmas que impedem muitas vezes a inovação e a originalidade.

Fonte: Ascom/UFG