Pesquisadora do ICB comenta estudos realizados com células-tronco
O IX Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão (CONPEEX) promoveu no dia 23 de outubro a conferência "Células-tronco: evidências científicas de suas potencialidades". A ministrante, Profª. Lidia Guillo, do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, apontou os novos rumos que as pesquisas relacionadas ao assunto vêm tomando. Ela explicou também os processos relacionados ao uso de células-tronco embrionárias e as polêmicas e questões éticas em torno do assunto.
Lidia Guillo iniciou sua apresentação mostrando um histórico acerca do uso de transgênicos e células-tronco embrionárias no Brasil. Segundo ela, os debates desses temas se iniciaram no país em 2005, com a lei 11.105/2005.
A professora explicou que o organismo adulto apresenta mais de 200 tipos diferentes de células e o zigoto tem capacidade totipotente, ou seja, pode gerar todas as células do ser humano. Já o embrião é pluripotente, pois pode formar todos os tipos de células menos a da placenta. As células-tronco tem propriedade de auto-renovação, ou seja, se divide formando células idênticas à primeira.
No decorrer da palestra, a pesquisadora apontou algumas doenças que podem ser tratadas com o uso de células-tronco, como anemias e leucemia, e outras que ainda estão em fase experimental, como Parkinson e Alzheimer . "A medula óssea é uma fonte muito rica em células-tronco adultas", explica, ressaltando seu uso em tratamento de doenças do sangue.
Quanto à conservação das células-tronco embrionárias, Lidia Guillo afirmou que há bancos que fazem esse serviço, congelando as estruturas adultas presentes no cordão umbilical. Essas células tem potencialidade para gerar qualquer outro tipo no organismo humano.
O assunto sobre clonagem terapêutica também foi abordado. A pesquisadora explicou de forma clara e simples o processo de clonagem ressaltando as questões éticas envolvidas no processo.
Ao comentar o artigo feito em 2006 pelos ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina deste ano, Guillo ressaltou que os autores acreditam no fim dos conflitos éticos, devido ao fato de que o novo método não utiliza células embrionárias. Os estudos realizaram testes que inseriam retrovírus nas células, selecionam e isolam as colônias. Os novos rumos tendem a avanços no sentido de eliminar os retrovírus, já que eles são cancerígenos.
A plateia fez perguntas referentes ao tratamento da doença de Parkinson, questionando a possibilidade de as células se reproduzirem doentes. "As pesquisas que eu tenho visto são em animais. As células-tronco conseguem formar um neurônio novo, mas pode ser que a doença persista. Ainda não foi esclarecido", comenta.
资源: Ascom/UFG
