Terras raras foi tema de simpósio na XXIX Semana da Física
A tarde do dia 12 de abril trouxe ao debate da XXIX Semana da Física da UFG um tema bastante discutido internacionalmente: as terras raras. Terras raras são minérios muito utilizados em itens de informática, como os superimãs presentes em discos rígidos dos computadores, telas de LCD, e tecnologias limpas, como geradores eólicos e carros híbridos ou elétricos.
Participaram da discussão os professores Fernando Landgraf, da USP, e José Affonso Brod, do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA/UFG). Fernando Landgraf explanou sobre o uso das terras raras e explicou porque o assunto tem despertado o interesse dos noticiários. Os chineses há anos são os detentores do mercado de terras raras no mundo. Segundo explicou Fernando Landgraf, na época das olimpíadas em Pequim, o governo interveio na forma de extração das terras raras, que era feita por diversas pequenas empresas e agredindo o meio ambiente. Após a intervenção, duas ações mudaram o mercado: a produção ficou nas mãos apenas de grandes empresas e o governo reduziu a quantidade de terras raras que poderia ser exportada. Isso fez o preço do minério disparar no mercado e reabriu a procura por novas fontes.
Neste momento, o Brasil entrou na lista dos países com possibilidade de produção. E entre os locais onde os estudos apontam a existência das terras raras está Catalão, em Goiás. Os depósitos, segundo Fernando Landgrag, podem até superar os depósitos chineses. E colocou a pergunta: vale a pena investir na exploração de terras raras?
Para complementar a discussão José Affonso Brod explicou porque a questão não é tão simples como parece. Segundo ele, na verdade as terras raras não são algo fácil de explorar. Ela está misturada em pequenas quantidades com outros minérios como, por exemplo, o fosfato. Apesar da grande importância do minério, as quantidades utilizadas, em geral, são mínimas, o que faz o negócio não alcançar grandes proporções economicamente. Ainda é preciso muito estudo para discutir a viabilidade da exploração do minério no Brasil.

Da esquerda para a direita: Sérgio Machado Rezende (UFPE), José Affonso Brod (IESA/UFG) e Fernando Landgraf (USP)
História da Física no Brasil
Após o simpósio, participou da Semana da Física o professor Sérgio Machado Rezende, da Universidade Federal do Pernambuco. Ex-ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula, ele traçou um histórico da Física no país, destacando os nomes historicamente famosos e sua participação no progresso da ciência no país. Também abordou a necessidade de se investir em conhecimento. Segundo dados apresentados por Sérgio Machado, a cada 60 mil artigos apenas uma patente é registrada: "Por isso é preciso uma grande base de conhecimento, pois é ela que gera o desenvolvimento". Também destacou o papel da universidade nas pesquisas: "Universidades precisam estar voltadas para a pesquisa, pois é isso que as torna universidades, do contrário, são escolas".
Quelle: Ascom/UFG
