noticia8617.jpg

Diretor do Iphan ministra palestra sobre patrimônio cultural para estudantes de Arquitetura

Em 11/04/12 23:31.
Durante a visita de Andrey Rosenthal Schlee, também foram discutidos a aproximação e o estabelecimento de convênios entre Iphan e UFG

O diretor do departamento do patrimônio material e fiscalização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Andrey Rosenthal Schlee, esteve nesta quarta-feira, 11 de abril, na UFG, para ministrar a aula inaugural do curso de Arquitetura e Urbanismo. De acordo com o coordenador do curso, professor Camilo Vladimir de Lima Amaral, também foram discutidas as possibilidades de estabelecimento de parcerias com o Iphan para viabilizar alguns projetos de pesquisa. De acordo com ele, desde 2010, uma equipe de professores e estudantes da Faculdade de Artes Visuais (FAV) tem se dedicado a um projeto com o objetivo de identificar em Goiânia prédios característicos da arquitetura moderna, construídos entre os anos de 1950 a 1980. Com base nesse levantamento inicial, será possível reivindicar o registro ou o tombamento desses edifícios como bens patrimoniais.

“Assim como se deu no caso do registro de patrimônio cultural brasileiro do ofício e do modo de fazer das bonecas Karajás (veja matéria publicada no Jornal UFG n° 50), a parceria com a universidade é estabelecida para viabilizar a pesquisa e a extensão, e para que o Iphan tenha condições de promover a salvaguarda dos bens, mediante a implementação de políticas de preservação. A contrapartida do Iphan, nestes casos, seria para viabilizar o pagamento de bolsas a professores, estudantes e técnicos durante o período de pesquisa”, informou Andrey Rosenthal Schlee.

Da esquerda para a direita: Andrey Rosenthal Schlee do IPHAN, Raimundo Martins, diretor da FAV, José Artur D´Alo Frota, professor da FAV, e Camilo Vladmir de Lima Amaral, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo

Durante a aula inaugural os estudantes do curso de Arquitetura puderam conhecer a forma como é conduzida a política de preservação do patrimônio no Brasil, por meio da atuação do Iphan. “O patrimônio no Brasil, inicialmente, foi pensado e mantido por uma série de intelectuais diretamente ligados com o movimento modernista. Preservação e modernidade nascem juntos, sendo pensados como política de estado já na década de 1930”, relatou o diretor do Iphan. Para ele, o marco histórico para a área foi o Decreto de Lei nº 25, de 1937, que definia critérios para a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. “O decreto foi elaborado por intelectuais e ficou muito avançado para sua época”, considerou Andrey Schlee.

O diretor do Iphan informou que, atualmente, o orçamento do Iphan é de 200 milhões em 2012, mediante o PAC. "Parte desse recurso é repassado diretamente para as superintendências regionais", explicou. Esses recursos serão distribuídos de acordo com a política interna do órgão, que tem privilegiado a atuação em áreas de difícil acesso no interior do Brasil. "Temos o interesse em estabelecer temas que enriqueçam a discussão sobre a importância da preservação hoje em dia. Outra função importante é a contribuição para o surgimento de um mercado de trabalho, com empresas voltadas para a recuperação e preservação do patrimônio". Andrey Schlee destacou também que registrar um bem como patrimônio é encarado como forma de promover o desenvolvimento social, o que se dará por meio da atuação de diversas instituições  municipais, estaduais e federal.

Ao final, Andrey Schlee deixou um recado para os futuros arquitetos: "No dia em que conseguirmos formar bons arquitetos teremos boa capacidade de ação sobre o patrimônio. Temos que formar bons arquitetos porque é assim que formaremos bons restauradores no futuro".

Fonte: Ascom / UFG