Comunidade universitária no combate à dengue
Marcela Borges
Fotos: Mário Braz
“Essa ideia da caminhada ecológica surgiu na II Volta da UFG (27 de novembro), quando um grupo estava andando por fora do câmpus e encontrou copos descartáveis, marmitex... Isso incomodou todo mundo e decidimos fazer algo a respeito, uma caminhada. Então, semana passada eu liguei para o Marco Antônio (CEGEF) e o Sílvio (SMS) e todos aceitaram”, contou a professora Ellen Synthia a respeito de como surgiu a ideia de fazer a Caminhada Ecológica Contra a Dengue, realizada na manhã do dia 20 de dezembro no câmpus II.
Mesmo em um curto espaço de tempo as pessoas se envolveram e o resultado foi um grupo de aproximadamente 50 participantes, incluindo SMS, CEGEF, bolsistas do projeto GIAD (Grupo de Integração contra Dengue), que, mesmo na semana do Natal, se reuniram em prol de uma causa. Inicialmente, foram formados cinco grupos que, ao longo da caminhada, foram dissipando-se em grupos menores para percorrer toda a área do câmpus e coletar lixo propício à criação do mosquito transmissor da doença.

O time da Caminhada Ecológica contra Dengue percorreu todo o câmpus II coletando lixo
O Câmpus Samambaia recebe monitoramento a cada dois meses pela SMS, e semanalmente pelo projeto de pesquisa GIAD, que instala armadilhas em determinados lugares da universidade para coletar larvas e ovos para a identificação dos vetores presentes no câmpus, não apenas de Aedes aegypti, mas de outras espécies também. “Cada semana os focos estão em lugares diferentes, mas, nas nossas armadilhas, encontramos cerca de 40% a 50% de focos de dengue”, explicou Carmeci Elias, uma das integrantes do GIAD.

Armadilha para coleta de larvas e ovos do projeto GIAD: o vaso contém uma mistura de capim, que leva as fêmeas a colocarem ovos na paleta
“Pensamos que não, mas tem muita coisa”, comentou Jeblin Abraão, pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos (Prodirh), ao ver o lixo acumulado nos arredores do bosque, perto da Biblioteca e da Faculdade de Artes Visuais. Copos, tampinhas, embalagens plásticas, mesmo os projetos de arte dos estudantes da FAV são recipientes propícios para a criação de focos. Outro problema apontado foi a escassa quantidade de lixeiras: “Aqui tem poucas lixeiras. As cantinas têm que recolher o lixo orgânico, que os macacos vão atacar, e colocar lixeiras para o lixo inorgânico que acumula água. Esse lixo, os macacos não vão pegar”, sugeriu Isabel Cunha, assistente de administração da PPRPG. Porém, os macacos não são os únicos vilões dessa história. Vinícius Sobreira, servidor da Prodirh, apontou a má-educação dos próprios alunos e professores da UFG como um problema. Ao fazer uma varredura no estacionamento atrás do ICB, Vinícius encontrou até uma fralda suja.

O pró-reitor Jeblin Abraão participou da caminhada e recolheu o lixo encontrado nos arredores da Faculdade de Artes Visuais
No inicio de 2011, a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) promoveu uma campanha para incentivar o combate à dengue: toda instituição que comprovar ter reduzido o índice de vetores da dengue recebe um selo do Estado. A UFG, então, adotou a ideia de transmissão zero. “Nós vamos elaborar um relatório com os problemas detectados e tudo que foi solucionado e apresentaremos ao reitor em breve. Depois o levaremos, também, para o comitê estadual contra a dengue, como representantes da UFG”, explicou Ellen Synthia sobre o projeto.
Entre as estratégias adotadas para solucionar os problemas relacionados à dengue, a professora planeja sugerir aos coordenadores de curso que incluam a questão da dengue como uma das atividades da calourada: “poderia ser palestra ou uma gincana para coletar lixo”. Outro plano para fortalecer o combate à dengue é fomentar novas parcerias, por exemplo, com as associaçãões de moradores dos bairros vizinhos, e expandir a caminhada além do câmpus.

Ellen Synthia foi a responsável pela organização do evento e pelo incentivo e animação durante a caminhada
Source: Ascom/UFG
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