
Programa da Faculdade de Odontologia oferece atendimento multidisciplinar a pessoas com necessidades especiais
Segundo o Censo 2010 do IBGE, existem 45,6 milhões de pessoas deficientes no país atualmente. Como qualquer pessoa, elas precisam de tratamento odontológico que requer cuidados diferenciados. Para isso, foi criado na UFG há 13 anos, mediante vários projetos de extensão, o Programa de Atenção Humanizada a Pessoas com Necessidades Especiais (PAHPE), para promover a atenção humanizada e multiprofissional no tratamento odontológico, com foco na atenção primária, de média e de alta complexidade. As ações do programa estão em consonância com as políticas públicas de integralidade à saúde, humanização, promoção da saúde e educação permanente, do Programa Viver Sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, lançado pela presidente Dilma Roussef.
Em 2010, as coordenações dos diferentes projetos que integram o PAHPE resolveram unir esforços para fazer o programa crescer. A integralização, somada aos recursos financeiros angariados por seleção em edital do MEC para gastos com equipamentos e bolsas para estudantes, resultaram em um crescimento notável do programa no ano seguinte. Em 2011, o PAHPE prestou 1.671 atendimentos, sendo 289 nos ambulatórios da Faculdade de Medicina e 1.382 no Hospital das Clínicas. O caráter multidisciplinar da equipe também cresceu, e agora o programa recebe alunos dos cursos de graduação em Administração, Educação Física, Musicoterapia, Enfermagem e Medicina, além da participação de voluntários e de pós-graduandos das áreas de Anestesiologia, Nutrição e Psicologia. “Uma assistência odontológica de qualidade necessita ser feita integrada a uma equipe multiprofissional”, comentou Cerise de Castro, uma das coordenadoras do programa.
“O PAHPE é um dos programas que mais representa a faculdade. Ele começou como um projeto, e agora tem uma repercussão tão grande no estado de Goiás que provavelmente se tornará um curso de especialização muito em breve”, salientou o professor Gersinei Carlos de Freitas, diretor da Faculdade de Odontologia. Nos últimos anos, o programa mostrou potencialidade, mas para atingir excelência e continuar crescendo é preciso que sejam firmadas mais parcerias. Além dos convênios com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, o PAHPE precisa de apoio institucional e de novos parceiros da rede privada. A professora Cerise ainda lista algumas necessidades que devem ser supridas para o cresimento do programa: “Necessitamos de recursos humanos, para que o PAHPE possa funcionar mais que dois períodos por semana na Faculdade de Odontologia, além de um espaço físico favorável a um atendimento multiprofissional, e que contemple um centro cirúrgico”.
A humanização é um dos principais aspectos do programa. É importante que o profissional aprenda a valorizar o paciente, em lugar da doença. “As pessoas com deficiência estão dentro de uma sociedade que não possibilita ela viver a sua cidadania e a sua inclusão, nos programas, no trabalho, assistência e na saúde. Ainda falta muito para a democracia e a cidadania chegarem nas pessoas que esse programa atende”, refletiu a vereadora Cidinha Ciqueira, que falou sobre sua trajetória como deficiente físico e como a UFG sempre esteve engajada nessa causa. “Esse programa materializa o verdadeiro espírito de uma universidade forte e inclusiva, feita por pessoas idealistas, como os coordenadores do PAHPE, que se dispuseram a fazer esse trabalho”, declarou o reitor da UFG, Edward Madureira.
A vereadora Cidinha Ciqueira menciona sua trajetória de vida e as dificuldades de acesso que o deficiente encontra na sociedade
Fonte: Ascom/UFG
Categorias: Saúde