Universidade recebe a Comenda Zumbi dos Palmares
A Universidade Federal de Goiás recebeu, na manhã do dia 2 de dezembro, a Comenda Zumbi dos Palmares, concedida pela Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres e Promoção da Igauldade Racial (Semira) destinada a agraciar, anualmente, pessoas físicas e jurídicas que se destacam em ações contra a discriminação e fortalecimento da igualdade racial. A cerimônia foi conduzida pelo governador Marconi Perilo, no Palácio das Esmeraldas, como parte das atividades comemorativas do Dia da Consciência Negra e do Ano Internacional dos Afrodescendentes, instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Quem representou a UFG na cerimônia de entrega da premiação foi a pró-reitora de Graduação, Sandramara Matias Chaves.

A pró-reitora da UFG, Sandramara Matias Chaves, recebeu o Troféu Milton Santos das mãos do governador Marconi Perilo
De acordo com a superintendente de Igualdade Racial, Raimunda Montelo, a constituição dos núcleos de pesquisa voltados para questões de discriminação das minorias e a adoção de uma política de cotas para ingresso na universidade foram as ações importantes promovidas pela UFG nos últmos dez anos. "A constituição do Laboratório de Estudos de Gênero Étnico-raciais e Espacialidades (Lagente) e do Núcleo de Estudos Afrodescendentes (Nead) quebrou paradigmas e se firmou como marco histórico. Só temos a agradecer e parabenizar a universidade", declarou Raimunda Montelo.
Com a adoção do programa UFG Inclui, a instituição reserva 10% das vagas na graduação para estudantes negros oriundos de escolas públicas e uma vaga em cada curso para negros quilombolas. "Creio que com isso a universidade cumpre seu papel de dar chances a essa parcela da população que, historicamente, foi excluída do acesso à universidade pública", analisou a pró-reitora. Sandramara fez questão de lembrar que uma comissão também foi instituída para realizar, anualmente, o acompanhamento do desempenho dos cotista e promover ações de permanência desses estudantes na universidade. De acordo com o professor do Instituto de Estudos Sócioambientais da UFG e membro do Conselho Estadual de Igualdade Racial, Alex Rats, os cotistas têm apresentado desempenho igual ou melhor em comparação aos outros estudantes que ingressam na universidade pelo sistema universal de seleção.

Por meio de grupos de estudo que integram áreas como Educação, Antropologia e História, a UFG tem se destacado com ações contra a discriminação racial. O professou Alex Rats lembrou que é a segunda vez que a universidade recebe este reconhecimento do governo do estado, e que o fato só fortalece a decisão de continuar atuando entre parcelas da população que sofrem com a discriminação e com a exclusão.
Alex Rats lembrou ainda que o Nead, coordenado pela professora da Faculdade de Educação, Mariana Cunha, está estudando a possibilidade de oferecer um curso de formação de professores quilombolas e da rede básica de ensino para atender à Lei n. 10.639, a qual estabelece que o ensino da história e da cultura afrobrasileira deve ser obrigatório no ensino básico. "Aqui em Goiás a dificuldade é que não existe na Secretaria Estadual de Educação uma equipe responsável pela implantação da lei. O conselho estadual, do qual faço parte, em conjunto com a UFG e a Semira, está estudando propostas para viabilizar isto. O nosso trabalho vai ser o de formação de professores", anunciou o professor.

Da esquerda para a direita, a superintendente de Igualdade Racial, Raimunda Montelo, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira, o professor Alex Rats, e a pró-reitora Sandramara Matias
Ao final, Alex Rats fez questão de registrar a importância de eventos como este: "Acho que a ocasião se tornou um hábito em Goiás e que a população se acostumou com esta simbologia. Creio que isto é importante para todo mundo", concluiu o professor.
Fuente: Ascom / UFG
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