Prograd realiza I Encontro Luso-Brasileiro de Pesquisa e Análise Qualitativa de Dados

Começou na quarta-feira (30/11), no Instituto de Ciências Biológicas (ICB IV), o I Encontro Luso-Brasileiro de Pesquisa e Análise Qualitativa de Dados, uma realização da Pró-reitoria de Graduação (Prograd). O evento visa a “compartilhar conhecimentos e experiências em pesquisas, com foco no uso de recursos computacionais de apoio a análise de dados qualitativos”.

Na manhã do dia 30, a abertura do encontro deu-se com uma mesa-redonda, sob o tema “Caminhos trilhados e perseguidos na vivência de pesquisas qualitativas”, da qual participaram o professor da Universidade de Aveiro, em Portugal, Francislê Neri de Souza, a professora da Faculdade de Educação (FE/UFG), Maria de Fátima Teixeira, e o professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Lúcio Teles, os quais abordaram suas experiências como pesquisadores.

O professor Francislê de Souza centrou sua fala na análise de conteúdo, ressaltando que este é um conceito dinâmico. Ele comentou a importância da subjetividade do pesquisador para a interpretação dos dados qualitativos, que deve ser encarada como “um bicho complexo a ser compreendido”. A compreensão ocorre com a ajuda da contextualização dos dados analisados. O professor falou ainda sobre os avanços na tecnologia, que hoje auxiliam muito o pesquisador, que hoje é capaz de realizar seu trabalho com mais facilidade.

Para Maria de Fátima Teixeira, “a pergunta deve conduzir todo o processo de investigação”, afirmou. No entanto, a pesquisa não começa com a pergunta, mas esta não se esgota com o fim da pesquisa. A professora atua no grupo PEMSI (Pesquisa e Estudo em Matemática nas Séries Iniciais), no qual se discute questões de fenomenologia em educação matemática. Sua fala foi baseada em sua experiência nesta linha de pesquisa. Nas atividades do grupo, a professora relatou que é realizada a observação do comportamento do aluno durante o processo de aprendizagem da Matemática, cuja ênfase recai sobre “o falar, o pensar, o ler e o escrever”, nas aulas mediadas pelo uso do software.

A pesquisa-ação foi o tema da exposição do professor Lúcio Teles, que atua em um projeto de educação com jovens e adultos na Ceilândia, o Proeja Transiarte. Esta forma de pesquisa destaca-se por ser muito diferente da pesquisa tradicional. “O objetivo é a mudança social”, afirmou Lúcio Teles. Entre as diferenças apontadas, o pesquisador envolve-se com os pesquisados, para que os indivíduos gerem um sujeito coletivo. Ou seja, não é exigido do pesquisador a neutralidade da pesquisa tradicional.

Após a mesa-redonda, o evento seguiu com a conferência “Histórico e cenário da Pesquisa Qualitativa”, da professora Maria Aparecida Viggiani Bicudo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O encontro continua esta tarde com o workshop “O uso do software WebQDA como apoio e suporte à Pesquisas Qualitativas”, conduzido pelo professor Francislê de Souza. O encontro segue até quinta-feira (01/12) à tarde, com uma roda de debate e se encerra com a entrega dos certificados de participação.