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Homenagens e diversidade de pesquisas marcam o XV Enapeve

On 29/09/11 06:33 .
Evento ocorre junto com I Congresso Brasileiro de Patologia Veterinária até o fim desta semana

Texto: Raniê Solarevisky

Foto: Carlos Siqueira

Qual a importância de congressos e encontros profissionais, numa era em que um grande volume de informações circula livremente e ao alcance de todos, podendo inclusive ser compartilhada pela internet?” A fala foi proferida pelo diretor da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG, Marcos Barcelos Café, durante a abertura do XV Encontro Nacional de Patologia Veterinária (Enapave) e I Congresso Brasileiro de Patologia Veterinária (CBPV), realizado na noite de segunda-feira (26). “Eventos como esse continuam com a mesma importância que tinham há 10, 30 ou 50 anos atrás”, conclui o professor. “Eles servem para criar aquilo que conhecemos por uma 'identidade tribal' entre os profissionais do setor”, acrescentou o professor Cláudio Severo, da Universidade Federal de Santa Maria. “É uma forma de consolidarmos nossa história”, afirmou o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil.

O reitor Edward Madureira Brasil participou da abertura do evento


Na mesma noite também foi realizada a palestra magistral do evento. Para a abertura, foram chamados para compor a mesa o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO), Benedito Dias de Oliveira; o presidente da Associação Brasileira de Patologia Veterinária (ABPV), Renato de Lima Santos; o presidente do CBPV, Eugênio Gonçalves; o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil e o diretor da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG, Marcos Café. Todas as autoridades parabenizaram a organização do evento, saudando a presença dos palestrantes e do público.

 

Durante a cerimônia, o professor Severo Salles de Barros, aposentado pela Universidade Federal de Santa Maria, recebeu a honraria de 1º sócio emérito da ABPV. “Uma das coisas mais auspiciosas que pode receber um profissional é o reconhecimento de seus pares”, declarou o homenageado, muito emocionado. Já o professor Frankllin Riet-Correa, que passou pelas Universidades Federais de Pelotas (RS) e Campina Grande (PB), foi agraciado com o Prêmio Paulo Dacorso Filho. “Deixei o Uruguai mas transformei o Brasil, como dizem os gaúchos, na minha 'querência'. Aprendi aqui como em nenhum outro lugar”, ressaltou o pesquisador.

 

Logo em seguida, o professor Cláudio Severo, da Universidade Federal de Santa Maria, proferiu a palestra “A evolução da Patologia Veterinária no Brasil”. O palestrante falou a respeito da evolução da pesquisa em patologia veterinária, desde as primeiras escolas de veterinária no Brasil até as últimas edições do Enapave. “Os eventos serviram em muito à construção de uma uniformidade das informações, criando um espaço que vai além do ensino de tópicos específicos de patologia a estudantes de graduação. Com o congresso, formamos uma tribo e damos conhecimento uns aos outros sobre as conquistas alcançadas ao longo dos anos, produzindo informação e soluções para problemas que são nossos”, explicou.

Professor Cláudio Severo da Universidade de Santa Maria, Rio Grade do Sul


Segundo o palestrante, as pesquisas em patologia veterinária na atualidade destacam-se por seguirem a tendência de tratar doenças que são encontradas dentro do território nacional, o que evita estudos de realidades distantes e fomenta recursos para pesquisas pioneiras. O professor também citou o uso das tecnologias da informação e a integração com outras áreas da ciência como uma tendência para os próximos anos, e que já pode ser verificada em nossos dias. “A adoção de conhecimentos da biologia molecular, por exemplo, é uma técnica em uso crescente. Também há pesquisas produzidas em áreas de interface, como por exemplo o diagnóstico da encefalomielite, que contou com a colaboração de profissionais da medicina, da virologia e da patologia veterinária”, detalhou o professor.


O futuro também parece apontar para a aplicação dos conhecimentos da patologia veterinária em outras áreas que não a produção pecuária ou cuidados domésticos; como por exemplo a criminalística. O professor Raimundo Alberto apresenta no XV Enapave a palestra “Patologia Forense – Entomologia cadavérica: quando os insetos ajudam a resolver crimes”. De acordo com o pesquisador da Universidade Federal do Paraná, “o exame das larvas que se alojam nos cadáveres pode servir como evidência para revelar, por exemplo, há quanto tempo a pessoa está morta ou até mesmo indicar quais substâncias tóxicas, como drogas entorpecentes ilegais, por exemplo, a pessoa pode ter ingerido antes de morrer. A identificação de espécies de insetos originários de determinada região, por exemplo, pode indicar ainda se o cadáver foi deslocado, o que também auxilia a investigação policial”, exeplicou o professor.


O XV Enapeve e I CBPB seguem até sexta-feira, no Centro de Convenções de Goiânia. Palestras, minicursos e exposições se revezam em todos os períodos do dia. O evento é uma realização da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG (Departamento de Patologia).

Quelle: Ascom/UFG

Kategorien: Evento