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UFG inaugura Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução

Em 26/09/11 05:28.
Apresentação do LabMic também incluiu visita às obras do Centro Regional para Desenvolvimento Tecnológico e Inovação

Buscando atender às demandas por pesquisa em tecnologia e inovação no centro-oeste e estreitar as trocas entre universidade e setor privado, a o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, realizou no último dia 12, segunda-feira, a inauguração do Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução (LabMic). Na ocasião, o reitor também apresentou o projeto do Centro Regional para Desenvolvimento Tecnológico e inovação (CRTI) e visitou as obras do local.

O evento contou com a presença de diretores, docentes e técnicos-administrativos de várias unidades acadêmicas da UFG, além de todos os pró-reitores da instituição. Também estiveram presentes representantes da Prefeitura de Goiânia, do governo do Estado, bem como de diversas empresas e instituições, como IFG, Sebrae, Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (RTvE), Senai, Caixa Econômica Federal, Embrapa, UnB, Funape, Ministério da Ciência e Tecnologia, INCT, dentre outros.

O laboratório foi apresentado pela Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, professora Divina da Dores de Paula, em evento de lançamento do LabMic no auditório do Instituto de Química. “Os equipamentos que temos nos permitem analisar estruturas com dimensões de milímetros até décimos de bilionésimos de milímetro. O caráter multiusuário também deixa o laboratório à disposição de praticamente todas as áreas do conhecimento; as ciências biológicas, agrárias e da saúde, assim como diversas engenharias e áreas humanas como geomorfologia e museologia; todas agora têm à disposição os avançados recursos do LabMic".


Temos muitos pesquisadores da UFG que trabalham na área de Nanotecnologia e já tivemos muitas patentes associadas a estes trabalhos. Mas não conseguíamos enxergar essas nanoestruturas aqui, e tínhamos que usar os laboratórios de instituições co-irmãs, o que atrasava em muito a pesquisa”, relata o professor Andris Bakuzis, do Insitituto de Física, um dos componentes do comitê gestor do LabMic. Além dele, representantes da área de Química, Biologia e Saúde integram o comitê. “Agora, com acesso a materiais de última geração, vamos conseguir dar seguimento a pesquisas de ponta, como o desenvolvimento de stents coronários que não causam trombose”, completa. Stents são endopróteses colocadas no coração para desobstruir artérias entupidas.

O professor Jesiel Freitas, do Instituto de Física, destacou que o caráter multiusuário do laboratório é uma característica do espaço desde que começou a funcionar, há cerca de quatro meses. “Há várias pesquisas que envolvem grupos de diferentes áreas”. O professor ressalta esse aspecto no trabalho dos stents com nanocarreadores (as estruturas são capazes de liberar drogas com funções específicas): “ A pesquisa reúne, além dos Insitutos de Física e Química e a Faculdade de Farmácia da UFG, o Instituto do Coração de São Paulo (Incor), a Innovatech e uma empresa goiana que coordena o projeto, a Scitech”, declara.


Outras imagens feitas no laboratório e que foram mostradas incluem o ovo e a larva do mosquito vetor da dengue, o Aedes aegypti, microestruturas minerais captadas pela equipe do Instituto de Estudos Sócioambientias (IESA), e imagens detalhadas da fécula de vegetais como a batata e o arroz. Durante visita ao local, no Insituto de Física, os presentes puderam observar o contorno de átomos de alumínio e detalhes de uma superfície de grafite.

O LabMic conta com três potentes microscópios; um eletrônico de varredura, um de transmissão e um microscópio de força atômica. Segundo a professora Divina, os recursos para o a construção do LabMic e do CRTI vieram do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com finaciamento da Finep e do CNPq e completado com recursos da própria UFG; para a montagem do Lab Mic, foram destinados cerca de quatro milhões de reais.


O laboratório será transferido para uma unidade já em construção do CRTI, que vai ficar próximo ao prédio da Reitoria, no câmpus II da UFG. Todo o complexo do CRTI deve abrigar, até a conclusão do projeto inicial, cerca de uma dezena de prédios, distribuídos numa área de 170 mil m² (aprox. 17 hectares).

O reitor da UFG lembrou que já em 2003 houve um estudo de viabilidade, realizado pela UFG, para a implantação de um parque tecnológico na instituição. Diversos fatores, como o engajamento dos docentes, a ajuda de deputados federais da bancada de Goiás e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e o compromisso da parte administrativa da instituição, bem como a assitência da Prefeitura de Goiânia e do governo do Estado, possibilitaram o início das obras em 2011.

O foco das atividades do CRTI se dará, segundo o reitor, dentro dos setores de Tecnologia da Informação, Biotecnologia, Equipamentos médicos, Agronegócios e mineração. Também será dividido em grupos de trabalho para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de metais, polímeros, combustíveis, cerâmica e soluções em gestão tecnológica. De acordo com Edward Madureira, "as empresas em Goiás e no Centro-Oeste já criaram uma demanda bastante clara por esses serviços".


A presidente da Fapeg, Maria Zaíra Turchi, elogiou a proposta do CRTI e disse que o centro pode engendrar uma nova mentalidade na pesquisa nas universidades. “Por seu caráter multidisciplinar, ele vai contra a cultura do 'meu laboratório' e leva a integração entre empresa e universidade a um outro nível. A Fapeg tem orgulho de ser parte disso”, declarou.

Em visita às obras do centro, o reitor, acompanhado de representantes da Embrapa e de empresas de engenharia e automobilísticas, como a Mitsubishi, disse ser possível trabalhar de forma colaborativa tanto dentro quanto fora da universidade. “Esperamos conseguir ampliar espaços como esse. Nosso tripé para a construção de um parque tecnológico – governo, universidade e setor privado – está bem comprometido com isso. Mas se depender dos docentes, técnicos e servidores da UFG, as pessoas que temos, nosso maior patrimônio, não tenho dúvida de que isso vai seguir em frente”, declarou.

 

Fonte: Ascom /UFG

Categorias: Inauguração