Mesa-redonda debate propriedades medicinais das plantas do cerrado

On 19/07/11 01:29 .
Parceria entre UFG, UFRRJ e UFSC promove pesquisas sobre o potencial fármaco da flora do Cerrado

 

por Marina Celestino

O Cerrado, tema central da 63ª Reunião Anual da SBPC, é um dos 25 biomas com a maior biodiversidade do mundo, além de abrigar um total de 5% da fauna e da flora do planeta. Entretanto, da parcela desse ecossitema encontrada em território brasileiro, apenas 2% são protegidos em parques ou reservas florestais. A atual degradação do cerrado é latente, consequência direta do desmatamento acelerado para produção agrícola e pecuária, junto ao crescimento desordenado das cidades.

Dentro desta temática, no dia 13 de julho ocorreu a mesa-redonda “Plantas medicinais do cerrado”, coordenada pela secretária geral da Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais (SBPM), Thereza Christina Monteiro de Lima, e com palestras do professor adjunto do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, Elson Alves da Costa, e do professor do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Fábio Fagundes da Rocha.

Os professores apresentaram no decorrer de suas palestras os últimos avanços feitos em pesquisas acerca das propriedades medicinais de algumas plantas do cerrado, estudos esses realizados a partir de uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a UFRRJ e a UFG.

A palestra do professor Fábio Fagundes da Rocha se concentrou nas pesquisas em busca de plantas com propriedades para tratamento de doenças neuropsiquiátricas. Segundo ele, medicamentos alternativos com menos efeitos colaterais e menor probabilidade de desenvolvimento de intolerância ou dependência por parte do paciente são uma forte demanda do mercado farmacêutico atual.

 


Fábio Fagundes da Rocha (UFRRJ)

A cultura popular de regiões de cerrado tem muito conhecimento a respeito de suas plantas medicinais e seu uso, sendo uma fonte valiosa para catalogação e seleção de espécies para estudos científicos. As universidades estão realizando testes em amostras vegetais, para verificar seu potencial fármaco, já tendo obtido respostas positivas sobre propriedades antidepressivas e ansiolíticas.

Em seguida, o professor Elson Alves Costa reafirmou o grande potencial a ser explorado no bioma, mostrando a importância da motivação do estudo farmacológico e do desenvolvimento de pequisas e capacitação de pesquisadores na região. O professor destacou o perigo da falsa crença de que remédios naturais são 100% seguros, esclarecendo que sem os devidos estudos farmacológicos, eles podem vir a ser maléficos ao paciente.

 

Elson Alves da Costa (ICB/UFG)

Ele mostrou as pesquisas feitas com plantas coletadas por sua equipe desde 1997, que mostraram algumas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias em extratos vegetais. As pesquisas ainda não foram concluídas, mas, de acordo com o professor, apresentam resultados animadores para o futuro.

 

Quelle: Ascom/UFG

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