Estudo de plantas no tratamento de hipertensão é apresentado durante 63ª Reunião Anual da SBPC
por Thamara Fagury
A mesa-redonda “Plantas medicinais para o tratamento de diabetes e hipertensão no SUS” aconteceu no período da tarde dessa quinta-feira. Nela estavam presentes o professor Antônio José Lapa e a professora Maria Teresa Riggio de Lima Landon, ambos da UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo.
O professor e coordenador da mesa, José Lapa, iniciou sua fala abordando aspectos gerais dos medicamentos. Discutiu sobre a grandiosidade do mercado internacional de medicamentos, que hoje move aproximadamente 800 bilhões de dólares por ano.
Segundo José Lapa, os remédios têm origem nos produtos naturais; a partir da década de 30 nos produtos sintéticos; e há pouco mais de 20 anos em produtos vindos da biotecnologia. No caso de qualquer remédio, é preciso estudar sua eficácia e segurança. O professor salientou que sempre se espera reação adversa, já que o remédio modifica a funcionalidade do organismo, mas é importante saber quais efeitos produzem quando introduzidos no indivíduo durante o estudo de um produto antes de chegar às lojas.
A Medicina Complementar Alternativa (também chamada de Medicina Naturalista) foi introduzida internacionalmente devido à oferta massiva de produtos naturais. Para a Legislação Brasileira um fitoterápico necessita ter garantia de qualidade, efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança da população. “No Brasil os fitoterápicos inovadores são poucos”, afirmou José Lapa, acreditando que seja por falta de políticas de Estado prospectivas.
Os dois palestrantes colocaram em questão o porquê de se investir em novos medicamentos. Para melhorar o índice terapêutico (aumentar sua segurança), aumentar sua especificidade e sua biodisponibilidade e devido à questão socioeconômica: medicamentos com baixo custo, aumentando a disponibilidade e gerando competitividade no mercado.
Hipertensão
Maria Teresa Landon falou de duas plantas conhecidas popularmente por efeito anti-hipertensivo, a Cecropia pachystachya (conhecida como Embaúba) e a Stachytarpheta caynnensis (conhecida popularmente como Gervão-azul). A explicação foi mais técnica. A professora fez o uso de gráficos e tabelas mostrando que as plantas realmente possuem propriedades anti-hipertensivas e hipotensoras por inibição cardíaca ou relaxamento do músculo liso vascular.
Através de gráficos a professora da Universidade Federal de São Paulo mostrou que conforme aumenta a renda dos países, observam-se maiores casos de doenças cardiovasculares e hipertensão. Segundo Maria Teresa, é necessário estudar plantas com atividade anti-hipertensiva devido, principalmente, à prevalência da doença. Hoje já se comprovou que a hipertensão atinge cerca de 20 a 40% da população brasileira e é uma das causas que mais leva à compra de medicamentos cardiovasculares no mundo. Outra justificativa para se estudar fitoterápicos no tratamento de hipertensão é pelo fato de que existem drogas efetivas, mas com efeitos adversos e baixa adesão. É uma das patologias com menor adesão, fazendo com que indivíduos desistam do tratamento com facilidade.
Quelle: Ascom / UFG
