Especialistas afirmam que é preciso mais investimento para a educação no Brasil
A mesa-redonda “Desafios da Educação no Brasil: da educação infantil à pós-graduação” movimentou a tarde desta segunda-feira, 11, durante o maior evento da comunidade científica do país, a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Nelson Cardoso do Amaral e o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Luciano Mendes de Faria Filho debateram o tema.
Nelson Cardoso do Amaral destacou que a proposta do Ministério da Educação (MEC) para o novo Plano Nacional de Educação (PNE), de destinar 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para investimentos no setor educacional é insuficiente para promover os avanços necessários. No caso do sistema educacional brasileiro, o palestrante considera que uma cota de 10% do PIB seria satisfatória.
Ao fundo professor Nelson Cardoso do Amaral (UFG) e Lisbeth Kaiserlian Cordani (SBPC), em destaque Luciano Mendes de Faria Filho (UFMG)
Debates
Fazendo uma comparação internacional, o professor da UFG ressaltou que não basta dizer que 7% do PIB são suficientes para a educação no Brasil – visto que em países como a França o investimento é de 5,7%. A comparação não vale porque, em números absolutos, a representação monetária desta riqueza é muito maior em uns países do que em outros. Exemplo disso é o Canadá, que destina 5,2% do PIB em educação e tem 4 milhões de pessoas em idade educacional (até os 24 anos); e a Bolívia, que investe 6,4% mas tem 8,6 milhões de pessoas nesta faixa etária.
Luciano Mendes elencou dez dos principais desafios para a melhoria da educação no Brasil e enfatizou que para que haja qualquer mudança, é preciso maior incentivo à área: “Não é possível melhorar a educação com os investimentos que temos hoje no país”. Entre as medidas a serem tomadas, o professor apontou que a construção de uma escola básica de qualidade, o resgate da escola pública como um bem de todas as classes econômicas e a formação e a valorização profissional estão entre os pontos mais urgentes a serem tratados.
Fonte: Ascom/UFG
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