Seminário UFG Inclui discute ações e apresenta resultados
Tiago Gebrim
Fotos: Carlos Siqueira
Na manhã do dia 13 de maio, sexta-feira, a UFG deu continuidade ao Seminário UFG Inclui, com a mesa-redonda “Demanda, análise e resultados do programa UFG Inclui”, mediada pelo professor Benedito Ferreira Marques, da Faculdade de Direito. Os debatedores foram o pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária, Ernando Melo Filizzola, o professor Roberto Cunha, da Faculdade de Ciências Sociais, a presidente do Centro de Seleção da UFG, professora Luciana Freire Ernesto de Sousa, e a pró-reitora de Graduação, Sandramara Matias Chaves.
Professor Benedito Ferreira Marques fez a mediação do debate
Luciana Freire apresentou as ações afirmativas realizadas pela universidade durante o processo seletivo. Uma dessas ações é o programa de isenção da taxa do vestibular, que atualmente contempla as pessoas cadastradas em programas assistenciais do governo. Acerca do sistema de cotas, a professora informou que, na UFG, cabe ao estudante decidir, no momento da inscrição, se vai concorrer pelo sistema universal ou pelo programa UFG Inclui. Para participar do programa o vestibulando precisa ser: estudante oriundo de escola pública; estudante negro oriundo de escola pública; indígena; quilombola; ou estudante portador de necessidade especial auditiva, este último para concorrer a uma vaga do curso de Letras - habilitação em Libras. Os candidatos provenientes da rede pública de ensino precisam ter cursado a oitava e a nona séries, além do ensino médio, em escolas públicas.
Mesa-redonda mostrou ações realizadas pela UFG
A presidente do Centro de Seleção informou que, para cada curso, há a reserva de 10% das vagas para estudantes de escolas públicas e 10% para negros oriundos de escolas públicas, além de uma vaga para indígena e uma para quilombola. Para os estudantes portadores de necessidades especiais auditiva, candidatos ao curso de Letras/Libras, há a reserva de 15 vagas. A demanda do programa vem crescendo desde a sua criação, conforme os gráficos apresentados pela professora: 7.963 inscritos em 2009, 8.509 inscritos em 2010, e mais de 9 mil inscritos agora em 2011. Nos cursos de maior concorrência, grande parte das reservas é preenchida, de acordo com Luciana Freire, que ilustrou a informação com dados dos cursos de Engenharia Civil, Medicina, Direito e Design de Moda.
O professor Roberto Cunha iniciou sua fala contando a história do programa UFG Inclui. Esboçado inicialmente em 2007, contemplava apenas estudantes de escolas públicas. Foi por meio de uma proposta alternativa, apresentada por outros professores, que os estudantes negros foram incluídos nas cotas, com 20% das vagas previstas destinado a cada categoria. Contudo, sucessivas modificações reduziram o percentual para 10% por categoria. Na opinião de Roberto Cunha, o número de negros presente no programa ainda é pequeno, sendo a classificação “negro oriundo de escola pública” insatisfatória. “Devemos pensar em qualquer negro passível de sofrer discriminação”, afirmou.
A pró-reitora Sandramara Matias Chaves falou sobre os cursos de graduação da UFG e explicou que as ações afirmativas estão divididas em três categorias: as ações pré-processo, como a isenção da taxa do vestibular; as ações durante o processo – o sistema de cotas em si –; e as ações após o processo, que, entre outras, consistem na aplicação de bolsas destinadas aos estudantes de menor poder aquisitivo, como bolsa-permanência, bolsa-alimentação, bolsa-moradia. A pró-reitora mencionou a criação de uma comissão de acompanhamento do programa UFG Inclui, além de comissões de acompanhamento dos ingressantes presentes em cada curso. Sandramara Matias também apresentou a elaboração de kits para o curso de Odontologia, no qual o valor total de materiais de uso prático pode chegar a R$ 20 mil, um custo praticamente inviável para estudantes de baixa renda.
A pró-reitora apresentou as médias globais dos estudantes oriundos do sistema universal e do programa UFG Inclui. As médias foram apresentadas tendo como parâmetros os câmpus, os turnos e os vários cursos. Pelos dados é possível constatar que as diferenças de média entre esses estudantes são mínimas, sendo a nota dos estudantes cotistas, em muitos casos, maior que a dos oriundos do sistema universal.
Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária (Procom), Ernando Filizzola apresentou detalhadamente os programas assistenciais da universidade destinados aos estudantes do programa UFG Inclui e demais acadêmicos de renda comprovadamente baixa. De acordo com os dados, somente em 2011 foram distribuídas 4.000 bolsas para alimentação e 700 bolsas-permanência; bolsas-moradia são oferecidas nos câmpus do interior do estado. Em Goiânia há 330 estudantes morando nas três Casa do Estudante Universitário (CEU) disponíveis. A creche do Câmpus Samambaia atende, em média, de 75 a 80 crianças, filhos de servidores e de estudantes do câmpus, número ainda pequeno, de acordo com o pró-reitor, em relação à capacidade do órgão. A Procom oferece ainda um programa de incentivo à participação dos estudantes em eventos e congressos, por meio do fornecimento de passagens; o programa Saudavelmente de apoio psicológico; além de atendimento odontológico. Ernando Filizzola ainda listou a reforma e a ampliação do Restaurante Universitário (RU) do Câmpus Samambaia (concluídas em 2010), a construção da CEU Samambaia, e a construção, em andamento, dos RUs dos Câmpus Catalão e Jataí.
Após a apresentação de cada um dos membros da mesa-redonda, ocorreu um debate com participação do público, que congregava estudantes, professores, pró-reitores e funcionários das diversas pró-reitorias, secretarias e unidades acadêmicas.
Fuente: Ascom/UFG
