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UFG realiza Seminário do Programa UFG Inclui

Sur 13/05/11 03:16.
Abertura do evento teve a participação do professor Marcelo Tragtenberg, da Universidade Federal de Santa Catarina

Tiago Gebrim
Fotos: Jaqueline Telis



Na noite de ontem, quinta-feira, 12 de maio, no Centro de Cultura e Eventos do Câmpus Samambaia, a UFG deu início ao Seminário do Programa UFG Inclui 2011, com o objetivo de analisar  e discutir o programa de inclusão de estudantes oriundos de escolas públicas, negros estudantes de escolas públicas, indígenas e quilombolas. O programa UFG Inclui, cuja atuação vai muito além do período da seleção, é aplicado desde 2009.

Na mesa diretiva estavam presentes o vice-reitor da UFG, Eriberto Bevilaqua Marin, a pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, o professor Antônio Celso Ferreira Fonseca, representando o secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto, a secretária municipal de Educação,
Neide Aparecida, e o representante da comissão organizadora do seminário, professor Djaci Davi de Oliveira.

A abertura do seminário foi marcada pela apresentação do Grupo de Estudos em Cultura Popular, do curso de graduação em Dança, da Faculdade de Educação Física da UFG. Após esse momento inicial, houve uma breve fala dos membros da mesa.



A secretária municipal de Educação, Neide Aparecida, parabenizou a UFG pelas iniciativas e, mais especificamente, pela licenciatura em Letras com habilitação em Libras, ressaltando que faltam profissionais qualificados nessa área para a rede pública de ensino básico. A pró-reitora de Graduação explicitou a preocupação com o acompanhamento dos estudantes beneficiados pelas cotas, de modo a garantir sua permanência na universidade. Ela também lembrou a importância da realização deste seminário para a consolidação do programa UFG Inclui, e agradeceu a presença do professor Marcelo Henrique Romano Tragtenberg, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), palestrante da noite.

Com o título "Programa de Ações Afirmativas da UFSC: fundamentos e resultados preliminares", Marcelo Tragtenberg, que em 2008 já havia contribuído com a UFG na elaboração do programa UFG Inclui, iniciou a palestra mostrando a preocupação da UFSC com o “acesso de setores historicamente excluídos da sociedade” e traduzindo o conceito de ação afirmativa, em resumo, “políticas públicas voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade e à neutralização das discriminações”.

Marcelo Tragtenberg relatou experiências com ações afirmativas na Universidade Federal de Santa Catarina

Por meio de slides, o professor ilustrou as diferenças entre brancos e negros na sociedade brasileira, em áreas como escolaridade e renda. De acordo com ele, a Teoria da Equidade Inversa estabelece que, quando as condições econômicas e a qualidade da educação básica melhoram e o acesso a este nível de ensino se expande, maior se torna a disparidade entre as condições sociais de negros e de brancos. “Então eu lhes pergunto: Quais as origens das desigualdades sociais? A herança maldita da escravidão? A herança da política de branqueamento do Brasil quando da imigração europeia? A discriminação racial? Ou uma mistura de todos esses fatores?”, indagou o professor. A resposta para esse questionamento, infelizmente, ainda não foi encontrada.

Tragtenberg mostrou um panorama das ações afirmativas adotadas nas universidades estaduais e federais do Brasil. Em 70% delas existem políticas de inclusão, mas só 40% oferecem condições específicas para a parcela negra da população. O professor também expôs os resultados das ações afirmativas da UFSC e as diferenças entre porcentagem da população negra nos estados de Santa Catarina e Goiás. Marcelo Tragtenberg também tratou da problemática da autodeclaração e da verificação para o caso das cotas para negros, ilustrando casos e os tratamentos dados pela UFSC, UFG e outras universidades brasileiras. Concluindo sua apresentação, ele falou dos principais objetivos a serem alcançados pelo programa de ações afirmativas da UFSC: reduzir tanto a reprovação dos estudantes beneficiados por estas políticas quanto também sua evasão, e ampliar o apoio pedagógico e em material didático, esse último para os cursos que exigem materiais de valor elevado, como é o caso do curso de Odontologia.

Ao final da apresentação houve um breve tempo para perguntas e dúvidas da plateia.

Source: Ascom UFG

Catégories: Seminário