Editora UFG realiza homenagens no último dia do Banquete de Livros
Tiago Gebrim
Fotos de Carlos Siqueira
“Criamos um evento para celebrar o livro e trouxemos detalhes sobre sua organização, edição, produção. Mas como o livro chega às nossas mãos?”. Essas palavras foram proferidas esta manhã, 15 de abril, pela diretora da Editora UFG, Maria das Graças Monteiro Castro, ao chamar a atenção para a vida de Sebastião de Miranda, pioneiro na venda e distribuição de livros em Goiânia e homenageado do último dia do Banquete de Livros da UFG.
Visivelmente emocionada, Maria das Graças contou sua história profissional com Sebastião de Miranda e os laços de amizade que daí se formaram. Em seguida, o livreiro, fundador da Livraria e Distribuidora Planalto, foi à frente do palco para receber as homenagens da universidade. Tomando a palavra, ele agradeceu ao povo de Goiânia, ao reitor, professores e estudantes da UFG pela acolhida e pelo reconhecimento de 47 anos de atuação profissional. Natural de Minas Gerais, Sebastião de Miranda veio para a capital goiana em 1963 e fundou, um ano após sua chegada, a Livraria Planalto, iniciando suas atividades de distribuição.
Originário do interior de São Paulo, o escritor Bariani Ortêncio foi convidado a vir ao palco, juntamente com o professor Jadir de Morais Pessoa, responsável pelas reedições da obra Sertão sem fim. “Estou surpreso. Nunca pensei que um livro meu fosse ser tão bem ilustrado e respeitado. Não há nada melhor que ter a nossa obra reconhecida”, declarou o escritor, com bom humor e humildade, a respeito do relançamento de sua obra e do trabalho de ilustração feito por Kátia Jacarandá.
Em uma fala descontraída, Bariani Ortêncio afirmou que o folclore é tão importante no ensino fundamental quanto as disciplinas de matemática e língua portuguesa, já que, de acordo com ele, a criança que estuda o folclore de sua região pode aprender a valorizar suas raízes culturais. Dirigindo-se à plateia repleta de estudantes, a maioria do ensino fundamental, o escritor, ao relembrar o início de sua carreira literária, destacou que não há receita para escrever, tampouco escola: “Se você quer escrever bem, tem que ler bons autores, ler muito”.
Jadir Pessoa, após agradecer aos presentes, elogiou as ilustrações feitas por Kátia Jacarandá. Para o professor, a ilustradora tem “a espiritualidade e a sensibilidade aguçadas” que dialogam com os textos do escritor. Docente da Faculdade de Educação, Jadir Pessoa explicou como, a partir dos anos 90, decidiu investir na valorização da literatura goiana no curso de Pedagogia. “Produz-se boa literatura em Goiás”, afirmou ele. Após um contato com os textos do autor, Pessoa começou a trabalhar seus contos em sala de aula, mas as edições de Sertão sem fim estavam praticamente esgotadas a essa altura. Foi aí que o professor procurou Bariani Ortêncio, para juntos conseguirem a publicação da segunda edição do livro e, agora a terceira, pela Editora UFG.
Antes de ceder a palavra a Kátia Jacarandá, o professor solicitou que a Editora UFG faça uma reedição do livro Vão dos Angicos, obra que, de acordo com ele, revela a maturidade literária dos contos de Bariani Ortêncio e de importância fundamental para a literatura goiana. Já Kátia Jacarandá segredou à plateia que este foi seu primeiro trabalho como ilustradora, uma vez que, profissionalmente, é artista plástica. Ela declarou também que utiliza seu trabalho como consultora em artesanato pelo interior de Goiás como fonte de inspiração para interpretar imageticamente os contos de Bariani Ortêncio, ambientados no sertão do Brasil central.
Após as homenagens, a Editora UFG fez o lançamento de três livros, vencedores do concurso literário promovido pela editora em 2009 - Vale das Almas (José Márcio de Melo), Escritas (Rogério Luz) e Águas de Claudel (Edmar Guimarães) -, seguido de uma sessão de autógrafos com os escritores presentes, que finalizou a programação matutina do último dia do Banquete de Livros da UFG.
Fonte: Ascom UFG
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