Faculdade de Artes Visuais recebe W.J.T.Mitchell

Por Flávia Gomes

Um auditório lotado acompanhou na última segunda-feira, dia 14, na Biblioteca Central a aula inaugural do programa de doutorado em Artes e Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG). O teóricos de estudos da imagem, professor da Universidade de Chicago Willian J. Thomas Mitchell, ministrou palestra para alunos e docentes sobre a vida das imagens. Outros dois encontros realizados com o professor nos dias 15 e 16 de março dão início ao Programa de Doutorado: "A imagem na Guerra contra o terror" e " Imagem e loucura".

“As imagens não estão vivas, mas eu proponho que tentemos desconstruir esse conceito.” Com essas primeiras palavras, o professor W.J.T. Mitchell levou todos os presentes a pensar no que antes muitos não haviam questionado: a vida das imagens. “Elas são vivas? De que forma?”, segundo ele, o ser humano está rodeado de imagens dos mais diversos tipos: verbais, figurativas, imitadas e de fantasia espalhadas por todos os lugares, já que o homem está rodeado de imagens. Mitchell acrescenta que a vida das imagens é marcada por uma questão de biodiversidade.

Ambivalência: na visão do pesquisador, essa é uma das principais características do ser humano na relação com a imagem. “A todo momento tentamos tornar as imagens vivas, mas temos medo de nos tornamos prisioneiros.” Ele explica que a idolatria das imagens que ocorre na religião é um exemplo, já que alguns a olham sem receio e outros já tratam com desconfiança aquelas que são consideradas sagradas. A moda é outro ambiente em que a figura imagética está viva. Para o pesquisador, a figura do modelo é uma imagem viva e que se recria na mente de quem deseja atingir aquela imagem.

 Adoração do Bezerro de Ouro. Mitchell afirma que o bezerro de ouro é uma forma de vida. As imagens vindas da fé tornam-se vivas.

Para a coordenadora do Programa de Pós-graduação da FAV Irene Tourinho, o doutorado é resultado do anseio de muitas pessoas, tanto alunos como professores. Presente na aula inaugural, o reitor Edward Madureira Brasil destacou sua satisfação com o novo doutorado da UFG. Esse é o 20º doutorado aberto na universidade. O programa ofertou 10 vagas que foram disputadas por candidatos de todo o país, o que foi uma resposta do grande interesse do doutorado na área de Artes e Cultura Visual. A pró-reitora de pesquisa e pós graduação Divina das Dôres, o diretor executivo da Funape Cláudio Rodrigues e o diretor da FAV Raimundo Martins também acompanharam a abertura da aula inaugural do programa de doutorado da FAV.