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Centro de Línguas da Faculdade de Letras celebra 15 anos

On 04/06/11 08:47 .
Além de uma apresentação da história do Centro de Línguas, a noite comemorou a formatura de vários estudantes de seus cursos

 Tiago Gebrim

 

Na noite de terça-feira, sete de dezembro, a plateia do Cine UFG estava lotada. Mas o responsável por esse fato não era nenhuma exibição fílmica ou debate acalorado sobre a sétima arte. O público presente ali se reunia para celebrar os 15 anos de existência do Centro de Línguas da Faculdade de Letras (FL/UFG). Com a presença de professores da FL, estudantes e estagiários do Centro de Línguas e ainda dos atuais formandos nos cursos de língua estrangeira e seus familiares, a noite foi de emoção e reflexão.

A cerimônia iniciou-se com a apresentação da estudante Bárbara Felipe Calvino, que, acompanhada de um único instrumento, cantou a música Ben, de Michael Jackson. Terminada a apresentação, a coordenadora do Centro de Línguas desde 2006, Valdirene de Araújo Gomes, apresentou seu relatório de gestão, na verdade, uma vasta pesquisa abarcando toda a história do Centro de Línguas desde o seu surgimento, em 1995.


Relatório de gestão
– O Centro de Línguas foi pensado há muito tempo, desde quando se verificou uma grande demanda, entre os estudantes da própria universidade, por cursos de língua estrangeira. Nessa época, inexistia uma faculdade específica para o curso de Letras, que era um departamento dentro do então Instituto de Ciências Humanas e Letras, o ICHL. Foi no início dos anos 90, com a renovação do quadro docente, que os novos professores atentaram para a realidade da demanda e criaram os cursos de língua estrangeira, inicialmente oferecidos como atividades extracurriculares para a comunidade acadêmica. Os cursos, até então, eram gratuitos e com turmas insuficientes para atender a toda a procura. Contudo, a gratuidade logo mostrou seu lado negativo: sem um compromisso financeiro, muitos estudantes levavam os cursos com pouco compromisso e não aproveitavam devidamente a vaga obtida.

Para a criação do Centro de Línguas, a professora Valdirene Gomes, em seu relatório, destacou a junta de professores formada pelo professor Francisco Quaresma, atual vice-diretor da FL e coordenador do curso de Letras, o professor Francisco Itami, à época diretor do ICHL, o professor Anselmo Pessoa Neto, atual pró-reitor de Extensão e Cultura, o professor Alexandre Badim e a professora Heloísa Brito de Mello. Uma das primeiras ações dessa junta foi visitar centros de línguas existentes em outras universidades federais, para tirar um modelo compatível com o que se pretendia aqui na UFG. Assim, foi possível avaliar os acertos e erros cometidos por outras universidades, o que colaboraria para um planejamento adequado e livre de vícios para o Centro de Línguas da UFG.


Entre as maiores dificuldades existentes na implantação do centro esteve a conscientização da comunidade universitária, tanto docente quanto discente, da necessidade de cobrança de taxas, pois os cursos não conseguiriam sobreviver só com os recursos (escassos, à época) repassados para cada instituto/faculdade. De acordo com a professora Valdirene, a cobrança de valores pelo Centro de Línguas foi erroneamente interpretado como um exemplo do perigo que as privatizações representavam para as universidades públicas na época. Em outras palavras, os universitários acusavam o curso de Letras de já dar um pontapé inicial na privatização da universidade, por não oferecer os cursos gratuitamente.


Mas as dificuldades foram vencidas e, em 1995, o Centro de Línguas fazia sua estreia com 6 turmas de línguas estrangeiras e 3 professores estagiários. No ano seguinte houve um aumento grandioso das turmas, com números próximos à atualidade. A demanda por cursos noturnos levou o Centro de Línguas a oferecer aulas na Faculdade de Enfermagem e nas instalações dos cursos de Engenharia, na Praça Universitária, pois o Câmpus Samambaia não dispunha de iluminação adequada para funcionar durante a noite. Contudo, houve problemas diversos nas duas faculdades, e a solução encontrada foi resolver a questão da iluminação do Câmpus Samambaia, possibilitando assim o trânsito seguro dos estudantes e a realocação dos cursos noturnos do Centro de Línguas. Na história do audacioso projeto dos docentes do curso de Letras ainda houve outras iniciativas, como a realização de feiras de livros para estimular a troca de materiais entre os estudantes dos diversos períodos – uma forma de democratizar a aquisição dos livros que, por serem importados, têm um custo elevado.


A seriedade do trabalho dos professores que estiveram à frente do Centro de Línguas é visível hoje na credibilidade do projeto, que recebe entre 1.300 a 1.500 estudantes por semestre. Além disso, já existe uma quantidade significativa de dissertações e monografias relacionadas a ele de alguma maneira, o que confirma sua participação no tripé ensino, pesquisa e extensão. Durante a gestão da professora Valdirene  Gomes, foram executadas ações, como a reforma do espaço físico da Faculdade de Letras e a informatização do sistema que gerencia as matrículas e acompanhamento dos estudantes do Centro de Línguas. Além disso, e mais importante, a professora promoveu ações que enfocaram a valorização do fator humano e das relações interpessoais entre os profissionais do Centro. Ao final da apresentação de seu relatório, Valdirene se emocionou durantes os agradecimentos e foi calorosamente aplaudida pela plateia.


Mesa diretiva
– Apresentado o relatório de gestão, a festa da noite ainda estava por começar. Foi formada a mesa diretiva, composta pelos professores Anselmo Pessoa Neto, Francisco Quaresma, Valdirene Gomes, a diretora da FL, Zaira Turchi e o reitor da universidade, Edward Madureira. O primeiro a tomar a palavra, professor Francisco Quaresma, ressaltou o espírito de equipe que é parte do Centro de Línguas, ao afirmar que ele chega aos seus 15 anos “porque todos aprenderam a trabalhar de forma colaborativa”. Quaresma lembrou que, se no início foram usados outros centros de línguas universitários para a construção do projeto, hoje é o modelo da FL que é exportado para outras universidades, citando como exemplo a Universidade Federal de Viçosa.

A professora Zaira Turchi e o professor Anselmo Pessoa Netto concordaram ao dizer que o Centro de Línguas é um dos poucos projetos de extensão que, além de atender a todos os seus objetivos, ainda disponibiliza sua verba excedente para a instituição sede, no caso, a FL. Anselmo elogiou o trabalho da professora Valdirene, afirmando que resgatar a história do Centro de Línguas é fundamental para a própria história da UFG.

Em sua fala, o reitor Edward Madureira primeiramente agradeceu aos professores Francisco Quaresma e Zaira Turchi por sua dedicação à universidade, e parabenizou Valdirene Gomes pela excelência à frente do Centro de Línguas. Edward brincou contando que, embora nunca tenha presenciado a extensão das filas para a matrícula nos cursos, volta e meia recebe em seu gabinete a ligação de um conhecido pedindo a ele  uma “ajudinha” na obtenção de vaga, o que comprova a concorrência acirrada dos cursos de línguas. Ele concluiu sua fala ressaltando o processo de internacionalização pelo qual a universidade passa e a demanda por cursos básicos de língua portuguesa para os estudantes estrangeiros recém-chegados, que hoje já ultrapassam o número de 100 por ano.


Formatura
– A celebração dos 15 anos do Centro de Línguas ainda contemplou a formatura de vários concluintes de seus cursos, que foram receber o diploma das mãos dos professores e o cumprimento dos membros da mesa diretiva. Após a entrega dos diplomas e últimas falas dos membros da mesa, a FL ofereceu um refinado coquetel em suas dependências.

Source: Ascom/UFG