UFG apresenta projeto de Centro de Excelência em Genética Humana
Flávia Gomes
Foto: Jaqueline Telis
Com o objetivo de oferecer atendimento clínico, diagnóstico laboratorial e aconselhamento genético a famílias que precisam de atendimento na rede pública de saúde de Goiás, a Universidade Federal de Goiás, por meio do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), apresentou, no dia 26/11, ao deputado federal João Campos, a proposta de criação do primeiro centro de diagnóstico e atendimento a portadores de anomalias genéticas do estado de Goiás.
De acordo com a professora do ICB, Rosângela H. Rocha, uma das idealizadoras da criação do Centro de Excelência em Genética Humana, o projeto prevê diagnóstico e o atendimento a portadores de deficiência mental, câncer, erros bioquímicos (fenilcetonúricos, por exemplo) ou doenças do sangue, como anemia falciforme, além da realização de aconselhamento genético feito pelo médico geneticista, informando os adultos portadores de anomalias genéticas os riscos de incidência em futuros filhos.
O projeto
A proposta é que o centro atue na área de citogenética (alterações dos cromossomos e leucemias), bioquímica (erros natos no metabolismo), diagnóstico, por exemplo, de HIV, HPV, e a histocompatibilidade para transplantes. Os pacientes seriam os conveniados ao SUS.
Além de oferecer atendimento especializado na rede pública de saúde, diagnóstico diferenciado, desenvolvimento de programas de prevenção, a professora Rosângela Rocha ressaltou a economia que o estado teria com a realização dos exames no Centro de Excelência. “Um exame de R$ 350 passaria a custar R$40 para o estado”, exemplificou a professora.
Outro ponto apresentado para a criação do Centro é a carência de dados epistemológicos sobre doenças genéticas em Goiás. “A falta de informações sobre o número de portadores prejudica o direcionamento de verbas do Ministério da Saúde”, destacou Rosangela Rocha. Apesar da falta de dados precisos, a estimativa é que cerca de 5% das gestações apresente problemas genéticos.
A respeito dos profissionais que atuarão no centro de atendimento de genética, a professora Rosangela apresentou especialistas em genética médica e docentes da UFG como Elisangêla de Paula Lacerda, Nádia A. Bergamo e Erick Cruz, e a biomédica Nancy Helena Vieira. Ela levantou, também, a possibilidade de convênio com o Hospital das Clínicas (HC) e de remanejamento de pessoal técnico capacitado, além da necessidade das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde viabilizarem um médico geneticista que atenda pelo SUS.
O compromisso
Satisfeito com a proposta apresentada, o deputado federal João Campos se comprometeu a colocar parte de sua emenda individual à disposição da criação do centro de genética, e a levar a questão para a Câmara. Antes disso, ele ressaltou que é preciso a definição do orçamento e todo o projeto estrutural da obra. Para o reitor Edward Madureira Brasil, isto não será problema, pois o Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef) da UFG poderá cuidar do planejamento para que o projeto seja construído no Câmpus Samambaia.
De acordo com estimativas de 2009, a região Centro-Oeste possui apenas três centros especializados neste tipo de diagnóstico, reconhecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo dois localizados em Brasília e o outro em Mato Grosso. Mas a portaria GM nº 81, de 20 de janeiro de 2009, instituída pelo Ministério da Saúde, estabelece a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica na rede pública de saúde.
A portaria prevê a criação de um centro de atendimento em genética a cada 500 mil habitantes. No entanto, Goiás, com uma população de cerca de cinco milhões, não possui nenhum, o que significa que portadores de anomalias congênitas, como Síndrome de Down; os portadores de câncer; os portadores de erros bioquímicos, como os fenilcetonúricos, e anemia falciforme não recebem atendimento necessário na rede pública de saúde.
Da esquerda para direita: o diretor do ICB, professor Cirano José Ulhoa, a professora Elisângela Lacerda, o reitor da UFG Edward Madureira Brasil, a professora Rosângela Rocha, o deputado João Campos, a biomédica Nancy Vieira, o professor Érick Cruz e, à frente, a professora Nádia Bérgamo
Fonte: Ascom/UFG
