X Jornada Goiana sobre Adolescência lota auditório da Faculdade de Odontologia

 Illa Rachel

A X Jornada Goiana sobre Adolescência, realizada na noite desta quinta-feira (28/10), no auditório da Faculdade de Odontologia, trouxe à tona uma discussão importante sobre um dos assuntos mais importantes da atualidade: a adolescência e a psicopatia na contemporaneidade. O evento, promovido pelo Núcleo de Estudos e Coordenação de Ações para a Saúde do Adolescente da UFG (Necasa), teve a participação de dois nomes de destaque nesse assunto: o juiz de direito da Vara da Infância e Juventude de Joinville (SC), Alexandre Morais da Rosa, e a psicanalista da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória (ES), Darlene Vianna Gáudio Ângelo.

Para um auditório lotado, o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, destacou a perseverança do Necasa que, desde a sua criação oficial em 1988, passou por momentos de dificuldades, mas acabou se estabelecendo como um forte núcleo de estudos, trazendo para discussão temas relacionados à juventude, fundamentais para o crescimento do país. Além do reitor, fizeram parte da mesa-diretiva, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Anselmo Pessoa Neto, o coordenador do Necasa, Altair José dos Santos, e os dois palestrantes.

Estudantes, professores e profissionais compareceram à X Jornada Goiana de Adolescência

Alexandre Rosa e Darlene Ângelo apresentaram diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto. Enquanto o juiz falou sobre a situação legal do adolescente envolvido com crimes, a psicanalista explicou de que maneira as relações com os pais e com o mundo podem exercer influência sobre o comportamento questionável do adolescente.

Um ponto que Alexandre Rosa destacou é que, no julgamento na área da infância e do adolescente, não há uma regra a ser seguida. Cada juiz julga o caso da maneira que lhe convém, além de não ser considerada a situação daquele adolescente. Para o juiz, abordagens aos adolescentes herdadas de outras culturas e que não condizem com a realidade são um erro.

A avaliação de Darlene Ângelo para a ocorrência de crimes envolvendo adolescentes é que a maneira como o ser humano é visto, sem considerar que ele necessita se relacionar com o outro para sua formação, é o ponto-chave dos comportamentos indesejáveis. Relações tumultuadas com os pais interferem na construção do ser, levando o adolescente a tomar atitudes indesejáveis, como forma de chamar a atenção.

Para os dois palestrantes, os crimes na área da infância e da juventude devem ser tratados com mais cuidado, levando em conta a situação social dos indivíduos e o contexto em que as contravenções foram realizadas. Além disso, os dois são unânimes em apontar as medidas socioeducativas como a solução mais eficaz, desde que elas sejam bem planejadas e bem executadas.

Palestrantres da X Jornada Goiana de Adolescência