Arquitetura é discutida em mesa-redonda
Angélica Queiroz
O auditório da Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG) ficou novamente lotado na tarde dessa quarta-feira (20/10), durante o VII Conpeex. Dessa vez o tema de discussão foi a Arquitetura e a necessidade de humanizar os espaços habitados. Participaram da mesa-redonda “Espaços Habitados 2: Abordagens e Reflexões” o professor do curso de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais, Manuel Ferreira Lima Filho, e três professores da FAV: Leo Romano, professor do curso de Design de Interiores; José Artur D’Aló Frota e Erico Naves Rosa, professores do curso de Arquitetura e Urbanismo. A professora da FAV, Eline Maria Moura P. Caixeta, coordenou o debate.
Erico Rosa iniciou a atividade falando sobre a profissão do arquiteto e os desafios de inovar. “As mudanças são empregadas conforme a aceitação das pessoas. Isso leva tempo. Ninguém quer ser o primeiro”, explicou. Ele deu destaque a dois elementos de proteção solar: cortina e ar condicionado. Segundo Erico, existem diversas outras opções para proteger sua casa do sol e a maioria dos arquitetos não investe nelas, principalmente em virtude da resistência dos investidores e a falta de interessedos profissionais de Arquitetura. O professor apresentou algumas das possíveis soluções alternativas que, segundo ele, merecem mais atenção. “Gaste menos energia e faça uma arquitetura bonita e mais sustentável”, completou.
Manuel Ferreira relacionou arquitetura e memória. Segundo o antropólogo, Goiânia, por exemplo, é uma cidade com várias memórias e, por isso, não podemos definir a arquitetura da capital por só uma identidade. “Art Déco é um elemento da identidade de Goiânia, mas ele não é a identidade de Goiânia”, explicou. Ele também falou do processo de patrimonialização das cidades e destacou que o homem é o maior patrimônio a ser pensado.
O designer de interiores, Leo Romano, exaltou a identidade e as características de autoria presentes nos trabalhos arquitetônicos. “Os espaços sem personalidade perdem muito”, observou. Para ele, um projeto de interiores tem a capacidade de dizer algo sobre o ser humano e deve explorar a ideia de causar sensações em quem frequenta o ambiente. “Existem exigências distintas e procuramos estabelecer com o espaço algum tipo de reação estética que dialogue com a pessoa”, ressaltou. O professor mostrou imagens de trabalhos de sua autoria e comentou sobre as sensações que elas podem causar como forma de ilustrar o pensamento destacado por ele em sua apresentação.
José Frota pontuou que “cada um enxerga a cidade à sua maneira” e que ela deve ser toda pensada em termos de espaço habitado. O professor montou uma apresentação de imagens de como diversas pessoas (arquitetos, cinema, crianças, jovens) veem a cidade e outras imagens mostrando como as cidades são. Ao final um questionamento levou à reflexão: “como é a cidade?”. Terminada a exposição de fotos, José Frota explicou que, dessa forma, cada um dos presentes pôde construir a cidade à sua maneira. “Todas as visões estão certas. A cidade é tudo o que foi mostrado: as imagens se conectam, se sobrepõe, e formam o que verdadeiramente é a cidade”, rematou.
Fuente: Ascom/UFG
Categorías: Conpeex
