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Festival de Pipas no Museu Antropológico

On 11/17/10 02:38 .
Evento retomou a história das pipas em Goiânia

Nos dias 13, 14 e 15 de outubro o Museu Antropológico recebeu o Festival Pipa com Grude e sem Cerol (?) - FESTIPIPAS, realizado pelo Grupo de Pesquisas e Estudos em História do Corpo em Goiânia (HISCORPO), da Faculdade de Educação Física (FEF/UFG). Integrando as comemorações dos 40 anos do Museu Antropológico/UFG, este evento de extensão e cultura buscou difundir os resultados parciais da pesquisa Educação e cultura na história das práticas corporais em Goiânia: o corpo entre a cidade e o sertão, reconstituindo os usos e manejos da pipa na cultura urbana e propondo um debate sobre a cidade a partir deste frágil artefato da cultura material da infância e da juventude goianiense.

O Festipipas, composto de oficinas, palestras e experiências relacionadas à história e à memória da pipa na cidade-capital de Goiás, contou com a participação de três turmas de alunos de escolas municipais e do CEPAE/UFG. As atividades ocorreram na quarta e quinta-feira pela manhã e na sexta-feira à tarde.

O festival se propôs a dar a conhecer a historicidade desta produção essencialmente infanto-juvenil ressaltando – com base em relatos orais de velhos e jovens habitantes da cidade-capital – quatro dimensões da historia e da memória da pipa na capital goiana: os nomes, os modelos, o material colante e a fabricação e uso do cerol. O foco da proposta, conforme ressalta a coordenadora do Projeto, professora Rubia-Mar Nunes Pinto, está direcionado à história e à memória do corpo na cidade-capital goiana privilegiando as práticas corporais ‘da gente modesta’.

Rubia-Mar destaca ainda que “A proposta prima pela reconstituição das ‘artes de fazer’ relacionadas a um artefato da cultura material, um brinquedo - a pipa - na história e na memória da cidade de Goiânia inserindo-se na perspectiva de uma história das ‘práticas comuns’ - ou ainda das práticas do cotidiano -, como propõe Michel de Certeau (1994)”. Segundo a professora, “...para este autor tais práticas, ao contrário de apenas reproduzirem a cultura da sociedade de consumo, constituem ‘uma produção’ de sujeitos aparentemente entregues à dominação e considerados como meros consumidores da cultura de massas. Ressaltam-se aí as operações (as artes de fazer, os usos, etc.) realizadas por tais sujeitos sobre os objetos de consumo. Neste sentido, o Festival assume a perspectiva de que a pipa – sua construção e uso – é uma produção histórica de sujeitos despossuídos de poder (crianças, jovens; principalmente, crianças e jovens pobres) que, através das maneiras de usar e fazer, atuam nas brechas do sistema dominante inventando uma poética do cotidiano”.

Confira abaixo as próximas atividades previstas no Projeto:

29 de outubro – Oficina de pipa no CAC/UFG, durante o II Simpósio do Curso de Educação Física (Catalão).

08 de novembro – Apresentação do documentário produzido durante o Projeto e realização de debate sobre o uso do cerol. Para esta atividade, estão convidados a participar a Guarda Municipal de Goiânia,  Polícia Militar,  Câmara Municipal de Goiânia, Associações de Bairros, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria de Esporte e Lazer e comunidade acadêmica.

Source: Museu Antropológico/UFG