Mesa-redonda discute a configuração de Goiânia como metrópole
Gilmara Roberto
Na manhã desta terça-feira, 19 de outubro, professores da UFG e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) debateram a construção de metrópoles e como fazer da sociedade civil um agente fundamental para a construção de novas políticas integradoras nestes ambientes urbanos. Participaram da mesa os professores Aristides Moysés da PUC-GO, Pedro Célio Alves Borges e Karla Emmanuela Ribeiro Hora, da UFG.
O professor Aristides Moysés colocou a falta de políticas públicas como um dos principais problemas que se apresentam na construção das metrópoles. O professor informou ainda que existem atualmente no Brasil 24 regiões metropolitanas, além de regiões integradas de desenvolvimento econômico e social. Segundo o professor, cerca de 79 milhões de brasileiros vivem hoje neste tipo de cenário urbano. Ele colocou também que o poder público e a sociedade civil são responsáveis por gerir os espaços metropolitanos, seja por meio das políticas públicas, seja por meio da articulação entre os atores sociais e a pontuação das demandas de seu grupo social.
Aristides Moysés apontou que os desafios na construção das metrópoles são de origens institucionais, políticas, sociais e estruturais. Como parte dos problemas institucionais, o professor apontou a ausência de uma articulação entre as Prefeituras (ou ainda a criação de instituições executivas supramunicipais) que possa trabalhar com a problemática urbana integrando os municípios formadores da metrópole. Este problema esbarra nos desafios de ordem política – como exemplo, o professor citou as gestões públicas que ainda privilegiam os interesses partidários em vez dos interesses coletivos da sociedade civil. No que se refere ao desafio social, Aristides Moysés tratou da pobreza que acaba se agravando com a configuração das cidades em metrópoles e, como desafios estruturais, o professor apontou como determinante trabalhar a economia de modo que possa distribuir renda e gerar emprego, incluindo todo o contingente populacional de uma metrópole.
A professora Karla Emmanuela Ribeiro Hora tratou mais especificamente da configuração da cidade de Goiânia como metrópole e sobre a Agenda 21 Local (A-21). Agenda 21 Local é um programa de ações de desenvolvimento sustentável elaborado nas cidades com a participação da sociedade civil. No contexto da configuração da cidade como metrópole, o documento em Goiânia foi elaborado com o objetivo de promover o crescimento da cidade buscando continuamente a melhoria da qualidade de vida.
A professora destacou a importância da participação social como instrumento do planejamento urbano para fortalecer as redes sociais e servir como ferramenta para eliminar as segregações espaciais e auxiliar na busca da sustentabilidade ambiental. Além disso, Karla Hora informou que é parte ainda dos projetos da A-21 divulgar os conceitos e propostas do programa, sistematizar e eleger prioridades, divulgar as diretrizes e implementar as ações e suas aplicações nas regiões metropolitanas.
O professor Pedro Célio Borges colocou que o surgimento das metrópoles configura a espacialidade urbana a partir de uma nova condição. Esta condição, o professor apontou como paradoxal, pois, ao mesmo tempo em que as pessoas estão mais sujeitas à integração e à participação em ambientes coletivos, elas estão também menos dispostas à vida associativa.
Fonte: Ascom/UFG
Categorie: VII Conpeex
