UFG recebe professor da UFRGS
Illa Rachel
O professor Luis Augusto Fischer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é formado em Letras e História, é estudioso da literatura brasileira e já publicou diversos livros. Na manhã desta terça-feira (19/10), ele esteve na UFG para falar sobre regionalismo e modernismo, em uma palestra da programação do VII Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão (Conpeex) da universidade.
Durante uma hora e meia, Fischer discursou sobre a conceituação de regionalismo e de modernismo, e de que maneira o conceito pode influenciar a visão da literatura brasileira. Para o professor, a utilização desses dois termos é perigosa, pois são rodeados de mitos e, por isso, podem ser empregados erroneamente.
Segundo Fischer, regionalismo não tem um sentido muito claro, sendo usado de maneira naturalizada. A ele, estão ligados muitos conceitos pré-determinados, como a ideia de relação com o mundo rural e associação a formas arcaicas e conservadoras. “Surgem, dessa maneria, colocações do regionalismo de maneira inferiorizada”, explica o professor. Ao mesmo tempo, continua Fischer, “o regionalismo pode ser apresentado de maneira exótica e ser supervalorizado”.
Relacionada a essa discussão, o professor levantou um questionamento a respeito da maneira como o modernismo é colocado atualmente, derivando daí a noção de que tudo que é bom está relacionado ao termo. Fischer afirma que uma das consequências da valorização do modernismo é o rebaixamento do regionalismo, e o enaltecimento da supremacia paulista e modernista, o que pode ser encontrado em livros escolares de literatura.
O professor finalizou sua palestra alegando que a tensão campo/cidade deveria ser utilizada como composição da literatura brasileira e alerta que é preciso preservar a diversidade cultural, assim como a biodiversidade. “A tendência da modernização é a homogeneização”, conclui Fischer.
Quelle: Ascom/UFG
