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UFG recebe cessão de uso de peças de calcita óptica

On 29/11/10 01:30 .
Peças serão utilizadas em aulas práticas do curso de Geografia, Ciências Geoambientais e Engenharia de Minas

A Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) assinaram, no dia 28 de setembro, um termo de cessão de uso de exemplares de calcita, na variedade óptica. Estiveram presentes durante a assinatura do termo o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil; o diretor do Câmpus Catalão, Manuel Rodrigues Chaves; o coordenador do curso de Engenharia de Minas em Catalão, Henrique Senna Diniz; e o superintendente do DNPM-GO/DF, Washington Ribeiro dos Santos.

 


A cessão de uso funciona como uma espécie de empréstimo. A universidade pode utilizar as amostras (por exemplo para propósitos didáticos), mas não pode dispor delas (comercializá-las ou doá-las a terceiros). Este acordo tem prazo de vigência indeterminado, mas, ao final da cessão, a UFG deverá devolver os exemplares ao DNPM nas mesmas condições de uso e conservação, salvo os desgastes decorrentes do uso natural.

 


As amostras cedidas serão destinadas ao Institudo de Estudos Sociambientais (Iesa) e ao curso de Engenharia de Minas, no Câmpus Catalão. Seus tamanhos variam entre 217 e 589 gramas, amostras consideradas grandes. Segundo o professor do Iesa, José Afonso Brod, as amostras serão importantes para que os alunos possam estudá-las e verificar suas propriedades, em aulas práticas. O professor de Engenharia de Minas, Henrique Diniz, concorda: “As amostras possuem uma qualidade óptica muito boa. Isso é bem interessante para as nossas aulas de mineralogia”, afirma.

 

 

 




Calcita Óptica


A calcita é um mineral da classe dos Carbonatos, mais precisamente um carbonato de cálcio. Sua fórmula química é CaCO3 e ela é um mineral comum que ocorre principalmente em rochas sedimentares (como o calcário) e em rochas metamórficas (como o mármore), mas também pode ser encontrada como material de preenchimento de fraturas (veios hidrotermais) em outras rochas e, mais raramente, nas rochas ígneas.

 


Mesmo a calcita comum pode ter grande importância econômica. Entretanto, a variedade de calcita chamada de calcita óptica, ou “espato de Islândia”, não é utilizada para as aplicações convencionais, mas sim para usos mais nobres (ver abaixo). Esta variedade é rara, caracterizada por sua composição pura, alto grau de transparência e aspecto excepcionalmente límpido (sem fraturas ou inclusões de outros minerais).

 


Embora a calcita seja um mineral comum, os cristais bem desenvolvidos de calcita da variedade óptica são raros, e por isso podem alcançar preço mais elevado, tanto em função de sua procura por colecionadores quanto por suas propriedades óticas especiais. Além disso, a calcita apresenta uma propriedade específica, chama de dupla refração, ou birrefringência, que faz com que a luz que atravessa o cristal se decomponha em duas direções de vibração diferentes. Muitos outros minerais também apresentam birrefringência, mas apenas em alguns, como na calcita, esta propriedade é suficientemente intensa para ser observada diretamente, sem auxílio de equipamentos especializados.

 


Tradicionalmente, a calcita foi muito utilizada em instrumentos ópticos, como alguns tipos de microscópio. Para tanto o cristal precisa ser límpido, incolor e de grande transparência - daí o nome calcita óptica para variedades de calcita com essas características. Nestes instrumentos, a dupla refração da calcita permite transformar a luz natural (que vibra em todas as direções) em luz polarizada (vibrando em uma única direção), essencial para algumas aplicações de microscopia. Historicamente, a calcita foi fundamental para a própria descoberta do fenômeno de polarização da luz. Entretanto, com a produção dos modernos filmes polaróides sintéticos, o uso de calcita em polarizadores foi sendo gradativamente abandonado. Este uso ainda persiste na construção de instrumentos chamados de dicroscópios, utilizados no estudo e avaliação das propriedades ópticas de pedras preciosas (gemas).

Quelle: Ascom/UFG

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