noticia6689.JPG

Lídia Jorge conta a história de suas histórias

On 11/29/10 03:00 .
Com 30 anos de literatura, a escritora portuguesa faz resgate histórico da sua vida e da sua obra

 Illa Rachel

“A literatura é o desejo de alterar a vida”. Com esta frase, a escritora portuguesa Lídia Jorge começou sua palestra no seminário Diálogos Pertinentes, realizado na manhã de hoje (7/10), no auditório da Faculdade de Letras (FL) da UFG. O evento foi organizado pelo Centro de Estudos Portugueses da universidade e teve o apoio do Instituto Camões, da Embaixada de Portugal. De acordo com o coordenador do seminário, Rogério Santana, Diálogos Pertinentes é uma atividade constante do programa de pós-graduação da FL e visa à discussão da contemporaneidade da literatura.

Em um auditório lotado, Lídia Jorge conversou com o público, dividindo experiências pessoais que foram fundamentais na criação de suas obras. Para a escritora, a literatura é um instrumento que permite ao leitor entrar em outra dimensão e vivenciar histórias que, muitas vezes, ficam presas somente no inconsciente. Lídia Jorge acredita que a ficção nasce da própria vida e o escritor apenas acrescenta alguns detalhes.  Para falar sobre a gênese de suas obras, a autora destacou algumas, como O dia dos prodígios, sua primeira obra, lançada em 1980. Tendo a Revolução dos Cravos como pano de fundo para a obra, a autora traça uma relação entre o estado de mudança instalado em Portugal e uma experiência vivida com seu avô. A influência dos fatos da sua vida é marcante em toda a sua carreira literária.

Após um breve intervalo, foi realizada uma mesa-redonda com a participação da escritora e do professor Edvaldo Bergamo, da UnB. O processo de criação da obra e as influências foram alguns temas debatidos no evento. Finalizou o seminário a exibição do filme A costa dos murmúrios, de Margarida Cardoso, baseado no romance homônimo de Lídia Jorge. De acordo com a escritora, essa obra de ficção foi criada com base em uma imagem marcante da época em que morava em Moçambique, somada ao desejo de denunciar algo que a incomodava.

 

Source: Ascom/UFG