Palestra sobre circo social é realizada na UFG
Durante toda a semana, o I Festival de Circo Social da Nossa América está sendo realizado em vários locais da cidade. Hoje (23/9) foi a vez da UFG sediar parte da programação do evento. A palestra "A história do circo social no contexto histórico do circo" foi realizada no auditório do IESA e contou com a participação do pesquisador Fábio Dal Gallo, de Rodolfo Cascão, do Grupo Parangolé, e da professora Ermínia da Silva, que atuou como mediadora.
Com o auditório cheio, Rodolfo Cascão fez um resgate histórico do circo social, destacando momentos importantes da consolidação dessa arte, mencionando sua importância e a maneira como está relacionado com a arte social. Cascão também ressaltou figuras e fatos de importância na construção da arte circense, como os saltimbancos, a figura do palhaço, e alguns grupos que foram sendo formados durante a história do país, além de frisar que o circo social deve deixar o palco aberto a todos.
Em seguida, Fábio Dal Gallo explicou o conceito de circo social e enfatizou o quão difícil é definir essa arte. Mas, nas suas palavras, “circo social é a prática na qual existe a utilização das artes circenses como ferramenta pedagógica, meio de educação, formação e inclusão social”. De acordo com o pesquisador italiano, o circo social é um dos fenômenos contemporâneos nas artes que mais despertam interesse atualmente, sendo o Brasil destaque e modelo mundial nesta arte. Dal Gallo fez uma breve exposição sobre a fundamentação teórica, dando destaque a Paulo Freire e Augusto Boal, os quais são conhecidos pela preocupação externada com o oprimido e por suas tentativas de dar voz às minorias, uma característica do circo social.
A professora Ermínia da Silva finalizou a discussão acrescentando a dificuldade de aceitação do circo social, tanto no meio circense como nas artes. Mas, de acordo com a professora, o entrosamento entre os três é fundamental para o sucesso da utilização do circo social como instrumento de educação.
Maneco Maracá, diretor do Circo Lahetô e responsável pela organização do festival, acredita que o circo social é uma ferramenta transformadora da realidade, além de ser fonte de enriquecimento dos espetáculos produzidos. “O envolvimento do circo com a realidade da região ajuda a montar espetáculos que retratem o cotidiano daquelas pessoas, o que é um diferencial”, explica Maneco.
O I Festival de Circo da Nossa América teve início no dia 22 de setembro e segue até dia 25, com palestras, apresentações, oficinas e exposições fotográficas. Participam do evento representantes de 19 escolas da rede social de circos do Brasil e os eventos serão realizados no Circo Lahetô, na UFG e na PUC. Para os espetáculos, a entrada é um quilo de alimento não perecível.
Fuente: Ascom/UFG
