Biblioteca Central recebe exposição de arte em forma de brinquedo
A Biblioteca Central da UFG recebe, de 9 de agosto a 10 de setembro, a exposição DIY – Toy art, produzida pela designer Meire Marques da Silva com a colaboração de profissionais das artes visuais, convidados a customizar alguns objetos. Meire Marques é pós-graduanda na UFG e professora do CEP em Artes Basileu França, Goiânia.
Os toy arts em exposição representam o dia-a-dia da vida urbana e foram inspirados em situações cotidianas, de acordo com Meire Marques. São 55 toys, modelados em argila e clay ou reproduzidos em gesso ou resina, aplicado sobre um molde de borracha de silicone. Alguns estão expostos como se ainda estivessem em produção, para mostrar o processo, e outros já estão finalizados.
O que é a toy art
Toy art é uma manisfestação contemporânea que envolve design, moda, urbanidade, entre outras coisas. Os toy arts podem ser definidos como “brinquedos de arte”, mas não são criados para brincar. Especialmente os adultos têm, como satisfação maior, a intenção de colecionar ou o uso para decoração.
Na prática, os toy arts têm tiragens limitadas, numeradas ou assinadas pelo artista ou designer. Eles não são reproduzidos aos milhões, muito menos são relançados; são para os adultos ou adolescentes colecionar, guardar e cuidar. Alguns toy arts têm articulação dos membros, visando dar-lhes mobilidade para exposição ou exibição.
As temáticas podem ser políticas, lúdicas, cômicas, meigas, violentas, subversivas, underground, eróticas, satíricas, com linguagem urbana e outras. São objetos de design que despertam reações diversas, assim como qualquer obra de arte.
São produzidos em diversos materiais: os nacionais geralmentes são encontrados em plush, gesso, resina, madeira, metal e até mesmo em papel pela facilidade da manufatura e o acesso à matéria-prima. Os importados costumam ser de vinil e materiais plásticos, cujo valor é relativamente mais elevado por envolver processos industriais na produção.
Como surgiu a toy art
Em 1997, Michael Lau, um pintor e designer de Hong Kong de 26 anos, foi chamado por amigos da banda Anodize para criar a capa de seu novo CD. Lau decidiu customizar alguns bonecos dos Comandos em Ação (ou G.I. Joe) para deixá-los parecidos com os integrantes da banda e depois fotografá-los.
Pouca gente conhece hoje a banda Anodize. Mas Michael Lau é uma estrela – pelo menos no mundo que ajudou a criar: o mundo da toy art. Logo depois de seus primeiros G.I. Joes, Lau criou um personagem de quadrinhos chamado Maxx, um skatista cool cheio de piercings e tattoos. Em pouco tempo, Maxx já era um boneco de 30cm de altura e parte de uma grande coleção, chamada Gardeners.
Lau e Maxx viraram febre, ganharam seguidores – primeiro entre jovens descolados de Hong Kong e do Japão e depois entre o pessoal de moda, música e arte na Europa e nos Estados Unidos. Uma indústria começava a entrar em movimento, envolvendo artistas, ilustradores e grafiteiros de um lado; interessados e colecionadores de outro.
Os primeiros toys hoje são considerados itens de colecionador: vendidos inicialmente por 20 dólares, hoje chegam a valer mais de 10 mil verdinhas. "Mas a toy art geralmente é algo muito acessível, dá para começar uma coleção com um boneco de 30 reais", diz Nina Sander, proprietária da primeira loja de toy art no Brasil.
Nina descobriu a toy art em 2001, numa viagem a Nova York. Colecionadora nata (tem em sua casa coleções de quadros, fotos, vasos, cinzeiros), logo aderiu à tendência. Virou frequentadora de lojas hoje consagradas em Paris e Nova York. A cada viagem comprava um novo bonequinho. Hoje tem mais de 50.
De colecionadora passou a empresária: saiu garimpando toys, principalmente na internet, para montar sua loja em São Paulo. Em dezembro, abriu a Plastik, onde são vendidos peças de decoração, livros e, claro, os toys, que custam de R$ 17 a R$ 590.
O movimento já tem adeptos no país, como o arquiteto, e Homem do Ano VIP 2005, Marcelo Rosenbaum (que além de fã dos toys desenhou a loja Plastik); o apresentador e músico João Gordo; o florista Vic Meireles e as estilistas Juliana Jabour e Adriana Barra, todos colecionadores. "Toy art retrata um pouco da parte criança que temos, mas de uma forma mais contemporânea", diz Adriana.
Serviço
Local: Biblioteca Central da UFG, câmpus II, saída para Nerópolis.
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 7h15 às 22h45; sábados, das 8h às 18h. Aos domingos e nos feriados a BC está fechada.
Source: Ascom/UFG
Categories: Exposição
