Pró-reitora participa da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação

Sur 31/05/10 00:42.
Divina das Dores de Paula Cardoso foi relatora em sessão temática que discutiu a preservação dos biomas Cerrado e Pantanal

Com o tema Política de estado de ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento sustentável, teve início ontem a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (4ª CNCTI), em Brasília. O evento segue até o dia 28 de maio. Na tarde de ontem (26), a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UFG, Divina das Dores de Paula Cardoso, participou como relatora da uma sessão paralela que discutiu os desafios regionais, territoriais e ambientais para os biomas Cerrado e Pantanal. A 4ª CNCTI tem o objetivo de formular uma proposta de políticas públicas para os próximos dez anos. Para isso serão discutidos os desafios e estratégias para a utilização sustentável da biodiversidade e dos recursos naturais em um ambiente de valorização da inovação como principal estratégia de desenvolvimento e crescimento econômico.

 Cerrado e Pantanal em pauta
 

Coordenada pelo diretor executivo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Márcio de Miranda, a sessão destacou as características dos biomas e problemas como o aquecimento global e a expansão da agroindústria que põem em risco a preservação ambiental. A pesquisadora do Instituto Florestal do estado de São Paulo, Giselda Durigan, e o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), João Flávio Veloso Silva, enfatizaram a importância da criação de alternativas para o aumento da produtividade e recuperação das pastagens degradadas dos biomas.

 

Para Giselda Durigan, a recomendação é para equilibrar a produção e a conservação. De acordo com os dados apresentados, após quatro décadas de desmatamento, o Cerrado ainda está presente em 12 estados e apenas 45% continuam preservados. “O Cerrado é uma esponja que absorve a água e abastece oito das doze grandes bacias hidrográficas brasileiras. Se perdermos esse bioma as consequências serão grandes”, disse.

 Problemas como falta de energia causada pela inexistência de água para as hidrelétricas, destruição de uma riqueza natural inexplorada, importante para a criação de novos medicamentos que resolveriam problemas de saúde pública, estão entre as consequências do desaparecimento de dois biomas do planeta muito ricos em biodiversidade. 

As principais estratégias sugeridas para a preservação desses biomas consideram os investimentos na capacitação profissional, na disseminação do conhecimento científico sobre os biomas e para a apropriação desses conhecimentos pelos produtores e responsáveis pela tomada de decisão sobre o futuro dos biomas. Para João Flávio Veloso Silva, as alternativas para o aumento da produtividade agrícola devem considerar as pastagens consorciadas, a integração lavoura-pecuária e as novas cultivares forrageiras.

 Ao final da sessão os ouvintes puderam participar com perguntas e sugestões. Todas as considerações serão organizadas pela relatora e publicadas posteriormente nos anais do congresso.
 

Rede Pró-Centro Oeste

 A pró-reitora Divina das Dores de Paula Cardoso lembrou que a UFG liderou as articulações para a criação da Rede Pró-Centro Oeste de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação. Quinze instituições de ensino superior dos três estados e do Distrito Federal participarão da rede com 452 pesquisadores e 25 instituições públicas e privadas.
 

De acordo com Divina das Dores, a rede terá um prazo de cinco anos, prorrogáveis, para realizar as atividades propostas e recursos orçados em 150 milhões de reais. “Serão 80 milhões vindos de quatro fundos setoriais, 10 milhões da Capes e CNPq e 5 milhões de investimentos estaduais geridos pelas Fundações estaduais de amparo à pesquisa. Três eixos temáticos nortearão as pesquisas: biodiversidade, geodiversidade e biotecnologia”, detalhou.

 

A criação dessa rede tem o foco de alavancar a pós-graduação e a pesquisa da região Centro-Oeste, reduzindo, assim, as desigualdades que marcam a distribuição dos recursos governamentais que financiam as pesquisas no país.

Source: Ascom / UFG

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