Antonio Nóbrega encanta o público do Centro de Cultura e Eventos

Por Renato Joseph (Ascom/UFG)

Fotos: Vinicius Batista

Pernambucano, compositor, cantor, dançarino, de formação erudita e amante da cultura popular. A versatilidade de Antônio Nóbrega encantou o público que esteve presente na abertura da 2° edição do projeto Música no Câmpus, promovido pela UFG na noite de terça-feira (27). Dono de um lirismo único, Nóbrega resgata elementos da arte popular e une com a influência clássica, criando um universo lúdico, poético e contagiante.

No Centro de Eventos da UFG, o público vibrou com frevos, maracatus, baiões e marchas de bloco. Nóbrega mostrou um espetáculo teatral e dançante, reuniu canções que marcaram sua carreira e homenageou o paraibano Jackson do Pandeiro, uma de suas influências dentro da arte.

Nóbrega estudou música clássica quando criança e seu contato com o frevo, maracatu e outros aspectos da arte nordestina só vieram mais tarde. Em entrevista ao Portal UFG, ele revelou que conheceu a cultura popular por meio do escritor Ariano Suassuna. “Foi apenas em 1970, convidado por Ariano para tocar violino no grupo Quinteto Armorial, que conheci a chamada cultura popular”, destaca.

Para o músico, o convite de Ariano possibilitou um profundo aprendizado sobre os artistas populares e as manifestações que permeiam esse universo. “Egresso da classe média, estudando em colégios particulares, não tinha noção que existia esse Brasil, o bumba-meu-boi, o frevo e o maracatu”. Ele ainda ressalta que o seu espetáculo é criado dentro de uma perspectiva multidisciplinar. “Me expresso por meio do canto, das danças e dos gêneros da poesia popular”, afirma.

Nóbrega considera o seu público bastante heterogêneo e classifica o seu trabalho como acessível. “Embora a cultura brasileira esteja em baixa, nós estamos sempre ligados a ela. Os ritmos são contagiantes, como a pulsação do baião e do frevo”. Ele lembra que as pessoas se encantam com o caráter de festa presente no espetáculo. “Os ritmos mexem com o nosso íntimo e faz com que sejamos puxados”, completa Nóbrega.