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Ridesa lança 13 novas variedades de cana-de-açúcar

Em 29/03/10 23:08.
A UFG é uma das dez universidades integrantes da rede e contribui com pesquisas de melhoramento genético da cana-de-açúcar

A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa) lançou, na tarde de quinta-feira (25/03), em Brasília, o Catálogo Nacional de Variedades RB de Cana-de-açúcar e apresentou 13 novas variedades RB produzidas nas dez universidades federais que formam a rede. A Universidade Federal de Goiás (UFG) é uma das integrantes da Ridesa, cujo vice-presidente é o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil.

A Ridesa nasceu do antigo Programa Nacional de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (Planalsucar), programa do governo federal que, em 1990, foi assumido por um grupo de universidades federais. Em 20 anos de história, foram desenvolvidas 59 variedades de cana-de-açúcar, que, somadas às 19 produzidas pelo Planalsucar, hoje correspondem a 58% da área de cana plantada no país. Atualmente a rede conta com 246 profissionais de uma equipe multidisciplinar, 89 professores e pesquisadores, 62 técnicos agrícolas, 75 técnicos operacionais e 20 administrativos.

O objetivo da Ridesa é, num prazo de 3 a 5 anos, atingir 70% da área plantada no país. Neste contexto, o diretor executivo da Ridesa, Marcos Sanches Vieira, ressaltou que a grande variedade de ambientes existentes no país é um desafio para a rede, pois as espécies têm que ser eficientes em diferentes condições. Segundo Marcos Sanches, as 13 novas variedades lançadas pela Ridesa se adaptam de Norte a Sul do país. Para Marcos, que é professor da Universidade Federal de São Carlos, o diferencial está no fato da rede congregar dez programas de pós-graduação em melhoramento genético, o que permite uma intensa troca de informações entre eles.

Segundo o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, a universidade está desde 2004 na Ridesa e as pesquisas desenvolvidas estão em fase de testes dos primeiros clones produzidos.

 

O reitor da UFG é o vice-presidente da Ridesa

 

Parcerias

O sucesso da Ridesa se deve em parte à parceria público-privada, já que são 300 empresas conveniadas. O representante do setor sucroenergético, Renato Cunha, destacou a importância dessas parcerias que, segundo ele, tem feito com que o Brasil se diferencie na área de energia, ocupando posição de vanguarda.

A deputada federal Raquel Teixeira (PSDB-GO) considerou a Ridesa um exemplo excepcional de parceria entre a academia e empresas, que, em sua opinião, deve ser multiplicado. “Os dois lados ganham. Os produtos dão retorno, lucro às empresas e as universidades ganham ao desenvolver pesquisas, ter material para teses de mestrado e doutorado. A parceria com o setor produtivo é necessária para fazer inovação”, ressaltou a deputada.

O representante da Embrapa, Kepler Euclídes, destacou que a universidade deve interagir com o setor produtivo: “O conhecimento e a tecnologia tem que ser motor do crescimento”, afirmou.

O secretário estadual de Ciência e Tecnologia de Goiás, Joel Braga, afirmou que a secretaria também é parceira na empreitada e, junto com instituições como Funape e Fapeg, quer somar esforços com a UFG e a Ridesa, pois a pesquisa na UFG tem um papel importantíssimo para o desenvolvimento do estado.

 

Edelclaiton Daros apresentou o catálogo da Ridesa aos presentes

 

Universidades

A vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ana Dayse Dorea, ressaltou que os reitores sabem da responsabilidade para com a pesquisa e a formação de novos quadros nas universidades, que precisam de renovação e qualificação. Ana Dayse afirmou que a Andifes é parceira da Ridesa e que a parceria público-privado também deve ter continuidade.

O presidente da Ridesa, Valmar Corrêa, falou sobre a importância do cultivo de cana-de-açúcar para o país. Ele lembrou que o cultivo remonta praticamente ao descobrimento do Brasil, mas que nunca teve importância nacional como tem hoje: “É uma questão de soberania nacional”, defendeu Valmar.

Valmar destacou a importância do empresariado e do investimento privado. Porém, o reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) alertou também para a falta de investimento em pessoal nas universidades. “É preciso trabalhar concursos específicos nessas áreas. A universidade é um ente nacional incontestável, quadros específicos neste setor são fundamentais, todo mundo quer nosso álcool”, enfatizou o presidente da Ridesa.

O representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Manoel Vicente Bertone, levou mensagem do ministro Reinhold Stephanes sobre o reconhecimento do Ministério acerca da importância do trabalho da Ridesa e reiterou o compromisso do Mapa com a rede. Para Bertone, agora é preciso pensar no futuro. “Que vocês possam continuar o trabalho e serem os grandes protagonistas da produção de agroenergia no mundo”, avaliou Manoel.

 

A reitora da UFAL, Ana Deyse Dorea, representou a Andifes no evento

 

Fonte: Assessoria Andifes

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