Encontro defende uma TV pública e democrática

Pensado para debater com a comunidade a função de uma emissora de TV pública, foi realizado na tarde de ontem, no auditório do Instituto de Matemática e Estatística (IME), o I Colóquio da TV UFG. Com a participação de membros da fundação que gerencia a TV UFG (a Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural - RTVE) e do próprio canal, o colóquio apresentou a estrutura da fundação, dados técnicos da emissora e um debate sobre a diferença entre uma TV pública e uma TV estatal.

A presença no evento de Lívio Luciano, secretário municipal de Comunicação, abriu a possibilidade da celebração de parcerias entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundação RTVE. Para Lívio, “Nesses tempos em que se fala tanto de democratização da comunicação, é fundamental a existência de um canal voltado para a cultura e o conhecimento”.

Para a professora Rosana Borges, gerente da TV UFG, o caráter público do canal torna essencial a celebração de parcerias, além da abertura da programação para a veiculação de produções feitas em parceria com a comunidade. Rosana apresentou os instrumentos já criados para possibilitar essa abertura: as resoluções (disponíveis no Portal UFG) que tornam públicas as políticas de co-produção com a RTVE (para pessoas jurídicas) e de captação de produtos audiovisuais já finalizados. Com isso, qualquer pessoa poderá fazer propostas de programas para a TV UFG, além de ter um espaço para exibição de suas produções.

Convidada para abrir o debate sobre o que é um espaço público na televisão, a professora Maria Regina de Paula Mota, da Universidade Federal de Minas Gerais, teceu elogios à forma como a TV UFG foi pensada. “É fundamental a existência de um espaço realmente público na TV aberta, e é importante que isso esteja acontecendo aqui, e não em algum outro centro, já  estabelecido”. A professora, que trabalhou em sua dissertação de mestrado com o tema TV pública e democracia, falou um pouco sobre espaço público, diferenças entre TV pública e TV estatal, e apresentou uma série de programetes elaborados na UFMG sobre o que as pessoas acham da TV e o que realmente querem ver.

Ao final, com a abertura ao debate, ficou claro para os presentes que uma TV pública só se faz com participação da comunidade. E, como disse a professora Rosana, essa é a ambição de seus idealizadores. “Não queremos que a TV UFG seja mais uma TV universitária. Queremos uma TV realmente pública, com participação efetiva da sociedade”, afirmou.