Goiás conta com nova cultivar de arroz para a agricultura familiar

A Secretaria de Agricultura do Estado de Goiás (Seagro/Emater), a Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Embrapa Arroz e Feijão estão lançando nesta safra a BRSGO Serra Dourada. Trata-se de uma cultivar de arroz para o sistema de terras altas desenvolvida no estado de Goiás em conjunto com pequenos produtores. A cultivar será apresentada ao público dia 19 de novembro, às 9h, na sede da Seagro/Emater, em Goiânia.

De acordo com os responsáveis pelo lançamento, a estratégia utilizada para obtenção dessa cultivar é conhecida como melhoramento participativo. Ela consiste em envolver os agricultores no processo, desde o planejamento dos experimentos até a decisão final sobre qual linhagem possui as características agronômicas e de qualidade de grãos desejáveis.

Dessa forma, são obtidas cultivares adaptadas a ambientes específicos e com propriedades que atendam a demandas regionais, em um trabalho que estreita laços de relacionamento entre pesquisadores, extensionistas e agricultores. Além disso, essa maneira de trabalhar eleva a taxa de adoção das cultivares geradas pelo melhoramento e faz com que elas cheguem mais rápido ao homem do campo.

A BRSGO Serra Dourada tem como principais características a boa produtividade, a qualidade de grãos e a resistência à brusone, que é uma das mais graves doenças que atacam a cultura.

Conforme os realizadores da pesquisa para o melhoramento do arroz, a BRSGO Serra Dourada possui média de produtividade de 3,5 mil quilos por hectare, resultado compatível com outras existentes no mercado. Em relação à qualidade de grãos, o rendimento industrial médio no beneficiamento foi considerado bom, ou seja, 56% de grãos inteiros.

Segundo os dados técnicos, a BRSGO Serra Dourada apresenta destacada resistência à brusone. Nas avaliações a campo, em Santo Antônio de Goiás (GO), a cultivar recebeu pontuação média 1, em uma escala de 0 a 9, sendo 0 a qualificação para não incidência da doença nas folhas. Adicionalmente, para a presença de brusone nas panículas, a severidade da doença expressa em percentagem atingiu uma média bastante baixa: 7,2%.