Hora de pensar as práticas na escola

Matemática, Física, História, Línguas: disciplinas esparsas no currículo escolar que nem sempre fazem sentido para estudantes e também para seus professores. Educar, entre o livro e os produtos midiáticos, a rua e a escola, os exemplos e os dizeres, a utopia e a realidade, os fragmentos e a totalidade, não é tarefa fácil. O cotidiano da Educação, dentro e fora da escola, por isso, se faz contraditório e, muitas vezes, violento, dominador, estereotipado, discriminatório e pouco eficaz. Pensando em refletir sobre os papéis – o fazer e o dizer – estabelecidos nas escolas, a Faculdade de Ciências Sociais (FCS), por meio do projeto Novas Práticas Sociais na Educação, pretende capacitar profissionais para os Direitos Humanos.

A capacitação será feita mediante um curso quinzenal e gratuito, realizado entre setembro e dezembro, que abordará o tema dos Direitos Humanos atrelado às inúmeras situações de violência sofridas por crianças e adolescentes. E não só violência física, diz o projeto do curso, mas também moral, derivada de atitudes como “discriminação, exclusão, subalternização”. A FCS define como público-alvo professores de escolas públicas, demais profissionais da Educação, estudantes e membros da comunidade que lidem com crianças (como os representantes dos conselhos tutelares).

Estão previstas 80 horas de aulas presenciais e 40 horas não presenciais. Serão formadas dez turmas: três na Região Metropolitana de Goiânia, três no Entorno do Distrito Federal, duas em Rialma e outras duas em Catalão. O projeto Novas Práticas Sociais na Educação espera 430 professores da rede e 70 membros da comunidade em geral.

Sob a coordenação dos professores Dijaci David de Oliveira e Rivalino Antônio de Freitas, o curso tem como proposta incentivar seus participantes a desenvolver estudos e ações que respeitem a diversidade sociocultural brasileira e não percam de vista os direitos civis, políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais que todo ser humano tem. Portanto, as aulas não serão apenas teóricas. Estão previstos módulos dedicados à prática para que, ao final do curso, os alunos desenvolvam projetos diretos de intervenção no ambiente educativo. Além disso, o projeto organiza dois seminários sobre violência contra crianças e jovens e também almeja publicar um livro que reflita sobre o tema até o final do curso.

As inscrições podem ser feitas na Faculdade de Ciências Sociais, localizada no câmpus II da UFG, ou em postos da Secretaria Estadual de Educação. É recomendado que o interessado leve documentos pessoais e um currículo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (62) 3521-1128.