Reitor da UnB ministra Aula Magna

“A universidade é um lugar de pluralidade e crítica”. Com essa frase o reitor da UnB, José Geraldo Sousa Júnior, abriu a primeira Aula Inaugural da Universidade Federal de Goiás.  Realizada nesta manhã, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, o evento contou com conferência sobre “O papel social da universidade”. Na mesa de discussão estiveram presentes também o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, e o acadêmico e integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFG), Leandro Viana.

Na apresentação do conferencista, Edward Madureira Brasil destacou a participação fundamental do reitor José Geraldo na criação da Turma Especial de Direito para os beneficiários da reforma agrária, na Faculdade de Direito da UFG da cidade de Goiás.  “O professor José Geraldo é extremamente comprometido com as questões sociais, é um democrata por excelência e tem toda uma trajetória no campo do Direito ligado às questões sociais. Recebê-lo aqui é motivo de bastante satisfação”, afirmou o reitor da UFG. Já Leandro Viana destacou que o nome de José Geraldo foi escolhido durante o Fórum Social Mundial, realizado no final do mês de janeiro em Belém do Pará, onde o reitor da UnB esteve presente.

Ao iniciar sua fala, o professor José Geraldo discorreu sobre as particularidades da UnB, e em seguida partiu para o âmbito de definição da sociedade, estado e universidade. José Geraldo destacou que uma das funções das universidades é dialogar com a sociedade para definir os parâmetros de busca de soluções para os problemas enfrentados. O reitor da UnB afirmou ainda que as universidades brasileiras estão no caminho de cumprir sua função social. Porém, ainda faltam desafios a serem vencidos.

Um desses desafios, de acordo com o estudante Leandro Viana, é acabar com o modelo que vangloria o mérito individual dentro da universidade. O professor José Geraldo concorda com a existência do problema e argumenta sobre a questão: “ainda há uma tensão forte entre uma perspectiva que está bastante presente de que o saber é desinteressado e que o professor e o pesquisador se realizam na medida em que satisfazem sua própria expectativa. Portanto, eles não têm compromissos com o tempo, nem com as injunções das contradições sociais”.

Entretanto, José Geraldo explicou que, para resolver tal questão, é necessário combinar o chamado saber desinteressado com a responsabilidade social. Assim, segundo ele, a responsabilidade social é colocada como um fator que mobiliza a universidade. De acordo com Edward Madureira Brasil, a discussão do papel social da universidade é fundamental nesse momento de implantação do sistema de cotas na UFG. “A universidade tem por obrigação discutir as questões sociais sempre e acho que a universidade sempre fez isso. O que tem de novo nesse momento é a política de ações afirmativas na UFG que, após quase dois anos de debate em todos os seus conselhos, foi implementada”, declarou.

A UFG celebrará o inicio do semestre letivo com a segunda Aula Inaugural do professor e assessor especial do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota. O evento ocorrerá na próxima sexta-feira às 9 horas, no Auditório da Faculdade de Medicina.