Emac homenageia maestro e compositor

 Na manhã da última sexta-feira, 7 de novembro, a coordenação do curso de mestrado em Música na Contemporaneidade, da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da Universidade Federal de Goiás promoveu o concerto em homenagem ao maestro e compositor Jean François Douliez, importante personalidade para a história da instituição. Na seqüência houve o descerramento de um retrato do maestro na galeria de fotos das fundadoras no Hall da Emac. Presente na solenidade, o vice-reitor Benedito Ferreira Marquese parabenizou a iniciativa afirmando ser uma forma “espontânea de fazer justiça” à personalidade do maestro. Ao final da manhã, ocorreu a defesa da dissertação A presença de Jean François Douliez na música em Goiânia, produzida pela mestranda Márcia Bittencourt, sob a orientação da professora Glacy Antunes de Oliveira.

Estabelecendo-se em Goiânia nos anos de 1950-60, Jean Douliez foi um pioneiro no desenvolvimento da música erudita na cidade. Fundou a Escola Goiana de Belas Artes em 1954. Mais tarde, ao lado das musicistas Belkiss Spenziere Carneiro de Mendonça, Maria Luíza Povoa da Cruz, Maria Lucy da Veiga Teixeira e Dalva Pires Machado Bragança fundaram o Conservatório Goiano de Música, que daria origem a atual Emac. Todas as músicas incluídas no programa do concerto resgataram trabalhos de composição e arranjos criados por Jean Douliez.

 No auditório da Emac o programa teve início com a apresentação da orquestra acadêmica da Emac, que leva o nome do maestro homenageado, sob a regência de Carlos Henrique Costa. O “Hino à UFG”, composto em 1963, foi interpretado pela solista Joana Christina de Azevedo. Apresentaram-se também o Quarteto de Metais da Orquestra Sinfônica de Goiânia e o Quarteto de Cordas de Goiânia e convidados. A soprano Ângela Barra e pianista Heloísa Barra Jardim executaram “Ave Maria” com um arranjo de 1951.

A convidada especial Yolande Goes Douliez e a pianista Heloísa Barra Jardim

Um dos pontos mais emocionantes do concerto foi quando a convidada especial, Yolande Góes Douliez, viúva do maestro que veio da Bélgica somente para a homenagem, interpretou “Meu Xalinho Roxo”, acompanhada pela pianista Heloísa Barra Jardim. Toda a platéia aplaudiu-as de pé. Em seguida, o Coro Sinfônico de Goiânia, sob a regência de Ângelo Dias e correpetição de Sérgio di Paiva encerrou a homenagem recordando arranjos especiais feitos por Jean Douliez para a música “Foi boto, sinhá”, de Waldemar Henrique e nas poesias “Conselho” (1968) e “Aurora” (1969), de Sílvia Nascimento. Nesta última, uma observação foi destacada por Jean Douliez na partitura: para ser feita com batuque, lembrou o regente Ângelo Dias.

 Coro Sinfônico de Goiânia acompanhada pelo batuque na poesia "Aurora", de Silvia Nascimento

Ao lado do professor Orlando de Castro, viúva do maestro descerra retrato na galeria de fotos das fundadoras na Emac