Agro Centro Oeste destaca agricultura familiar e sustentabilidade
Em 11/11/08 02:08.
Repleto de atividades, o segundo dia do Agro Centro Oeste 2008 foi bastante movimentado. Logo pela manhã, caravanas de agricultores familiares chegavam ao Parque Agropecuário e os auditórios já recebiam os participantes para as primeiras atividades.
O estande do Projeto Recuperação Ambiental do Assentamento de Reforma Agrária do Vale da Araguaia, projeto da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos (EAEA) da UFG, recebeu nesta quinta-feira os assentados atendidos pelo projeto para oficinas nos laboratórios montados na feira. No laboratório de tecnologia de produtos de origem animal, os assentados aprenderam a fazer queijo minas, requeijão com pequi e temperado e doce de leite com amêndoa de baru; já no laboratório de tecnologia de produtos de origem vegetal, os participantes puderam fazer compota de pequi, polpa e geléia de abacaxi.
Segundo a coordenadora do projeto, professora Elaine Paula Fernandes, da EAEA/UFG, O Projeto de Recuperação do Assentamento do Vale do Araguaia tem como objetivo principal erradicar ou pelo menos minimizar a degradação do assentamento da região. Assim, as oficinas são voltadas para a capacitação dos participantes do projeto, para que eles possam utilizar o Cerrado de forma sustentável, valorizando os produtos típicos da região.
Participando da feira estão 86 famílias de Baliza (GO), região atendida pelo projeto. Além das atividades no Agro Centro Oeste, o projeto oferece aos assentados um total de 11 cursos de capacitação, abordando temas como técnicas de produção agroindustrial, empreendedorismo, associativismo e coorporativismo.
O Projeto de Recuperação do Assentamento do Vale do Araguaia é realizado em parceria entre UFG, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Instituto Nacional de Colonização e Reforama Agrária (INCRA), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape).
Seminários
Realizado durante todo o dia, o Seminário Cadeia Produtiva do Leite ofereceu aos produtores rurais minicursos bem práticos, que abrangeram vários temas relativos ao universo da criação de gado de leite, como manejo do gado, qualidade do leite e formação de pastagens, por exemplo. Assistindo ao minicurso sobre formação de pastagens estava Agnaldo Veríssimo, produtor rural de Rubiataba, que achou a exposição da engenheira agrônoma Roberta Carnevalli, da Embrapa Gado de Leite, bastante útil e clara. Ele afirmou que o minicurso foi “bom pra tirar umas dúvidas”.
Outro seminário realizado na quinta-feira foi o de Ovinocaprinocultura. Em seu segundo e último dia, o evento também falou de pastagens, mas voltada especificamente para a criação de ovinos. O seminário foi encerrado com uma oficina de culinária, onde os presentes aprenderam a fazer deliciosas receitas com carne de cordeiro.
Minicursos
Na parte da tarde, o auditório Pequi foi reservado para o “Curso avançado de arranjos florais”, ministrado pelo professor Paulo Yoshida. Flores, arames e florais eram a matéria-prima do curso, no qual o professor ensinava as técnicas e o público, composto principalmente por cerimoniais, decoradores e profissionais de floricultura, montava os arranjos.
O outro minicurso desta quinta-feira, dia 23, foi o de “Produção e aproveitamento dos frutos do cerrado”, pela manhã, no Auditório Guariroba. No sábado, esse mesmo curso vai ocorrer no auditório Mangaba, a partir das 9 horas.
Palestras
Além dos minicursos e dos seminários, o público que passou pelo Agro Centro Oeste, nesta quinta-feira, pôde conferir nove palestras. O produtor de leite, Uilton Cardoso de Oliveira, assistiu à palestra “Mercado produtivo do leite”, ministrada pelo economista da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, Édson Alves Novaes.
O produtor familiar destacou que “palestras como essa são significantes para os pequenos produtores porque o que é aprendido com elas é discutido e, muitas vezes, colocado em prática na hora da produção e do manejo”.
Uilton Cardos reiterou que as principais dificuldades do produtor são decorrentes da falta de organização em cooperativas e do mau planejamento na gestão das propriedades. “Todos sabem que as grandes empresas exercem o monopólio do mercado, se não nos organizarmos e não tivermos planejamento, não conseguiremos deixar o nosso produto competitivo”, afirmou o agricultor.
As outras palestras da tarde foram “Hidrolização da cana-de-açúcar” e “Plantação de eucalipto”. Pela parte da manhã foram ministradas “Produção integrada de frutas na agricultura familiar”, “O uso medicinal do açafrão - mitos e verdades”, “Financiamento habitacional – moradia popular rural” e “Organização econômica na agricultura familiar/território da cidadania”.
Público
Além dos agricultores e visitantes, a feira recebeu turmas de escolas de Goiânia. As turminhas de alunos, com idade entre 5 e 8 anos, do Colégio Agostiniano, do Externato São José e do Colégio Nova Opção, se divertiram visitando o Projeto PAIS (Produção Agroecológica Integrada Sustentável), onde estão expostos vários pássaros e outros animais típicos do Cerrado, e o estande da AMMA, onde os recicláveis disponíveis para as oficinas fizeram a alegria da criançada.
Sexta-feira
Amanhã, com o feriado em Goiânia, a expectativa é de que a feira receba ainda mais visitantes. O destaque na programação fica por conta das Ligas da Saúde da UFG, que vão oferecer exames gratuitos e orientações aos visitantes da feira. Começam também amanhã os seminários de Manejo Varietal da Cana-de-açúcar, de Pesca Artesanal e de Criadores de Animais Silvestres e Exóticos. O Agro Centro Oeste está aberto ao público até sábado das 9 às 21 horas, e no domingo da 9 às 18 horas.
Fonte: Ascom/UFG
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