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Mesa-redonda debate o tema Formação de formadores

On 10/14/08 00:42 .
Especialistas falam sobre o processo de formação nos cursos de licenciatura

A professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Helena Lopes de Freitas, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Júlio Diniz, e o professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ), Marcelo Bairral, participaram da mesa-redonda do V Conpeex, intitulada "Formação de formadores", nesta quarta-feira, dia 08, no auditório da Faculdade de Letras da UFG. A mesa foi mediada pelo professor Ivanilton José de Oliveira, coordenador dos cursos de licenciatura da UFG.

 

O tema central foi a situação dos cursos de licenciatura nas Instuições de Ensino Superior (IES). A professora da Unicamp abriu a discussão e um dos pontos mais ressaltados por ela foi a necessidade de recuperar o papel do conhecimento pela universidade. Para Helena Lopes de Freitas, é preciso uma transformação no ambiente acadêmico, recuperando-se as concepções sociohistóricas de formação na licenciatura. Além da aproximação das universidades com as escolas públicas de educação básica, é necessário que o projeto educativo seja articulado a um projeto de desenvolvimento social.

 

"São muitos os desafios para a formação de formadores: é preciso valorizar a docência nas licenciaturas, criar políticas de Estado para o tema, articular os programas de formação nas IES, alterar as bases da educação escolar, regular o setor privado e centralizar a temática nas escolas públicas. O ensino tem que ser objeto de estudo na licenciatura, na pesquisa e na pós-graduação", reforça a professora.

 

O professor da UFMG, Júlio Diniz, explicou que, até 1968, a formação era condição de status na universidade. Depois da reforma universitária de 68, o ensino, a pesquisa e a extensão foram institucionalizados; contudo, houve um processo de valorização da pesquisa em detrimento das demais áreas.

 

"A supervalorização da pesquisa transformou o ensino em encargo docente. O modelo da racionalidade técnica trouxe um conflito identitário entre o pesquisador e o professor. A pesquisa é essencial na formação dos professores e na formação dos formadores, mas a universidade não é apenas uma instituição de pesquisa", argumenta Júlio Diniz. O professor propõe o princípio da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, sendo a última a articuladora das demais atividades porque é ela que efetiva o desenvolvimento social.

 

Marcelo Bairral, professor da UFFRJ, lembrou que o conhecimento profissional do professor deve ser visto como um conjunto inseparável dos contextos e atividades nos quais aquele se desenvolve. "A construção do conhecimento é feita nas situações concretas de ensino. Contextos, experiências e mídias influenciam o modo de aprender e não podem ser desprezadas", destaca o professor.

 

 

Source: Ascom / UFG

Categories: Educação