Educação em pauta no Conpeex

No segundo dia do V Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFG (Conpeex), os professores integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas da Infância e sua Educação em Diferentes Contextos, Ivone Garcia Barbosa e Nancy Nonato de Lima Alves, da Faculdade de Educação (FE), e Marcos Antonio Soares, da Faculdade de Artes Visuais (FAV), discutiram em mesa-redonda o tema “Educação da infância em Goiás: contribuições da pesquisa”.

A professora Ivone Garcia apresentou parte da sua pesquisa “Políticas públicas para a educação da infância em Goiás: histórias, concepções, projetos e práticas”, que desenvolve desde 2003. A pesquisadora trata de temas como história da educação da infância em Goiás, gênero e etnia, formação de professores, aprendizagem e desenvolvimento e políticas públicas.

Ivone afirmou que o desafio das pesquisas é construir um novo olhar sobre o processo educativo na infância no estado de Goiás. De acordo com ela, a educação da infância ocorre em diferentes contextos, como creches, pré-escolas, escolas, brinquedotecas, parques infantis, abrigos e orfanatos. Além disso, em Goiás, segundo Ivone, essa pesquisa está dificultada pelo fato de muitas regiões não terem documentação alguma sobre a historia da educação. “Pesquisar a criança, a constituição da infância, leva a uma série de desafios. Não podemos simplesmente analisar a criança apartada da família, que exerce uma influência muito forte”, destacou Ivone Garcia.

A professora Nancy Nonato falou sobre a figura das coordenadoras pedagógicas, um excerto da sua tese de doutorado “Coordenação Pedagógica na Educação Infantil: trabalho e identidade profissional na Rede Municipal de Ensino de Goiânia”, defendida na UFG ano passado. Nancy investigou quem são essas coordenadoras e se há alguma identidade profissional, tentando identificar uma delimitação da atuação, as condições de trabalho e a atribuição de significado à função. A professora percebeu questões como a quase exclusiva presença feminina no magistério, a dupla jornada de trabalho e a busca de formação e qualidade profissional.

Nancy ressaltou que, no caso dessas coordenadoras, há uma aprendizagem do trabalho na própria atuação, sem fundamentação teórica e epistemológica. A professora alertou: “Aprendizagem pela prática sempre vai ocorrer, mas não pode ser praticista”. Segundo ela, as coordenadoras pedagógicas apresentam dinamismo, mesmo com a multiplicidade de tarefas e a complexidade do seu papel.

O professor Marcos Antonio Soares apresentou parte da pesquisa “Entre sombras e flores: continuidades e rupturas na educação estética de devotos artistas de Santos Reis”. Marcos pesquisou grupos de Folia de Reis que atuam no Jardim Primavera e Jardim das Aroeiras, em Goiânia. Primeiramente, o professor da Faculdade de Artes Visuais ressaltou que a área de artes ainda é marginal nas escolas, porém, existem fundamentos da sua relevância e do papel social da formação artística. 

Sobre a educação no contexto das Folias de Reis, o professor explicou que elas envolvem uma cultura e uma historicidade com um caráter formativo diferente do contexto educacional. Segundo Marcos, a folia tem seu tempo, necessita de saber especializado, elaborado e sistemático: “Para saber folia, precisa estudar”, destacou.