UFG esclarece à sociedade sobre o uso de animais em pesquisas
Nota de esclarecimento público
O USO DE ANIMAIS EM PESQUISA
A propósito de fotos que circulam na internet, referentes ao canil da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, esclarecemos o seguinte:
- São inverídicas e improcedentes as informações sobre supostos maus-tratos praticados contra os animais do canil da FM-UFG.
- O canil da FM obedece rigorosamente às exigências da Superintendência de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado de Goiás e do Conselho Regional de Medicina Veterinária.
- O canil tem a supervisão de um médico veterinário, contratado em caráter efetivo para dar assistência à saúde dos animais usados em pesquisas médicas como também em treinamento de técnicas cirúrgicas no ensino de cirurgia.
- As pesquisas realizadas com animais têm, obrigatoriamente, a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFG (CoEP), que segue as diretrizes do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Sem aprovação do CoEP as pesquisas não podem ser realizadas, conforme prevê o regimento do órgão.
- O uso de animais na ciência médica é feito com dois objetivos fundamentais: em pesquisa básica e para treinamento de técnicas cirúrgicas. Na pesquisa básica geralmente usam-se animais de pequeno porte como camundongos, ratos, coelhos etc., com a finalidade de testar drogas contra patologias diversas, como câncer, problemas genéticos, cardíacos, além de inúmeras situações patológicas que afetam a saúde humana. O estudo de clonagem e células-tronco, por exemplo, só se tornou possível graças às investigações em embriões animais, até o desenvolvimento da aplicação no ser humano, como por exemplo, a primeira clonagem da ovelha Dolly. É por meio dessas pesquisas que se verificam a segurança, o efeito e a dosagem de novos medicamentos.
- O uso de animais no treinamento para o avanço de técnicas cirúrgicas é fundamental. Dessa forma, os transplantes de coração, fígado, rins, dentre outros órgãos, só foram possíveis de serem utilizados no homem após a experimentação em animais, com protocolos muito bem definidos. Assim também, atualmente, qualquer pessoa prefere ser operada da vesícula (uma cirurgia com três pequenos orifícios no abdômen) por laparoscopia, do que ter um grande corte na barriga e vários dias de hospitalização. O aprendizado da laparoscopia só foi e é possível após treinamento em animais de médio porte, como o cão. A medicina atual opera quase tudo por laparoscopia, sejam doenças do abdômen ou mesmo na caixa torácica. O que não se admite é utilizar o homem como cobaia (prática nazista) para testar uma nova técnica cirúrgica ou operação, assim como novos tratamentos com medicamentos.
- Em qualquer uma das situações descritas são obrigatoriamente observados os seguintes itens: a) obediência absoluta aos princípios éticos da experimentação animal (mundialmente aceitos) como, por exemplo, tratamento humanitário, impedindo-se, dessa forma, o sofrimento e a dor, e o uso da quantidade de animais em menor número possível para atender aos objetivos científicos; b) aprovação por um comitê de ética, como é o caso das pesquisas realizadas na UFG; c) uso de animal somente quando não se pode substituí-los por técnicas ou elementos alternativos.
A Faculdade de Medicina da UFG coloca-se à disposição dos interessados para prestar outros esclarecimentos que se fizerem necessários, e reitera o compromisso com os princípios éticos e com a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Ademais, é importante ressaltar que tal seriedade acadêmica e científica rendeu à FM-UFG nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), destacando-se entre as seis melhores do país.
Prof. Dr. Heitor Rosa
Diretor da Faculdade de Medicina/UFG
资源: Faculdade de Medicina
