Simpósio comemora 40 anos da Faculdade de Educação
A programação do segundo dia do XVII Simpósio de Estudos e Pesquisas da Faculdade de Educação trouxe, nessa manhã, a mesa-redonda “40 anos de formação na Faculdade de Educação UFG”. O debate, coordenado pelo professor Marcos Correia Loureiro, contou com a participação da professora Walderês Nunes Loureiro e do professor Ged Guimarães, respectivamente ex-diretor e atual diretor da unidade.
Primeiramente, a professora Walderês apresentou uma abordagem histórica da Faculdade de Educação. Para tal, ela se reportou à criação da Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Distrito Federal (UDF) e Universidade do Brasil, todas na década de 30, quando, segundo ela, os institutos de Educação eram desprestigiados. A palestrante explicou que as Faculdades de Educação nasceram intimamente ligadas aos Institutos de Filosofia.
A professora Walderês lembrou que a lei nº 5.540 foi a responsável pela fragmentação das faculdades de Filosofia, Ciências Humanas e Letras, que culminou na criação da Faculdade de Educação da UFG, em 1968. Segundo Walderês, a faculdade de Filosofia não ofereceu muita resistência pois ainda tinha pouco tempo de organização, já que foi criada em 1962.
História
De acordo com a professora Walderês, o começo da Faculdade de Educação, principalmente no período de
A partir da década de
A palestrante explicou que a Educação, antes criticada com o argumento de que a escola era somente um instrumento de manutenção da ordem social, na década de 80 passou a ser vista como uma força de transformação, elemento importante para a construção da democracia. Em 1985 a Faculdade de Educação criou o curso de Mestrado em Educação Escolar Brasileira e em 2001 teve seu curso de Doutorado aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (Capes).
Nas suas conclusões finais, a professora Walderês destacou que a Faculdade de Educação nunca esteve à margem das discussões no Brasil: “A FE sempre estava sintonizada com as questões que se colocavam nacionalmente e, em alguns momentos, foi até pioneira. Além disso, a faculdade soube superar a visão tecnicista e repressora do regime militar”.
O professor Ged Guimarães, atual diretor da FE, se pronunciou logo após a professora Walderês, tratando o tema sob uma perspectiva filosófica. Para ele, com o passar do tempo, a prática e o saber fazer tornaram-se fundamentais no ensino, em detrimento da pesquisa: “O percurso de formação resvala para as práticas de economia, direcionam-se para o mercado”, analisou.
De acordo com Ged, a lógica de eficiência das empresas está vindo para as universidades, o que resulta nos “empreendedores docentes”, que ele definiu como aqueles professores que buscam recursos para os seus trabalhos e estão submetidos às agências fomentadoras, atentos as editais. “Poucos professores dedicam suas vidas em defesa do ensino, da pesquisa, à margem de tudo isso e ainda são considerados de menor valor, porque não trazem recursos para serem distribuídos entre bolsistas, monitores, etc.”, afirmou Ged.
Desse modo, o tempo de produção acadêmica, de acordo com Ged, se transforma em um ritual burocrático. “É a lógica de otimização de recursos humanos e físicos das empresas privadas”, criticou. Ao concluir sua fala, o professor Ged ainda fez uma reflexão a respeito da formação de professores, que segundo ele, devem ensinar não o que é útil para se dar bem na vida, mas ensinar a pensar.
Source: Ascom / UFG
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