Seminário busca alternativas para redução de custos
O Seminário “A otimização de recursos e a redução de custos na UFG”, realizado na UFG foi espaço de reflexão sobre redução de gastos nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).
A abertura do seminário ocorreu às 8h30, do dia 29, no auditório da Faculdade de Letras, com a presença do vice-reitor da UFG Benedito Ferreira Marques, no exercício da reitoria, do pró-reitor de Administração e Finanças da UFG Orlando Afonso Valle do Amaral, do pró-reitor de Orçamento, Administração e Finanças da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Mário Kobus, e pró-reitor de Administração da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Fernando da Costa Baeta, compondo a mesa diretiva do evento.
Também participam do evento professores, servidores técnico-administrativos e dirigentes de diferentes Ifes, além de diretores de unidades e órgãos da UFG. Ao abrir o seminário, o professor Orlando Amaral afirmou que a preocupação com os gastos de manutenção sempre esteve presente na UFG. Segundo o professor, esse evento nasceu focado para a economia com gastos de segurança, um dos mais altos na manutenção da UFG, mas tomou uma dimensão muito maior, ao envolver também gastos com energia e limpeza, alcançando interesse nacional.
O professor dimensionou o orçamento da UFG, que tem cerca de 14 mil alunos de graduação e 2 mil de pós-graduação: “Hoje gastamos aproximadamente R$ 4 milhões por ano com energia elétrica, entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões com segurança e R$ 3,5 milhões com limpeza”. De acordo com Orlando, o objetivo do evento é aprender com as instituições que trazem suas experiências de redução de custos, uma prerrogativa não só da UFG, mas também do Ministério da Educação, do Ministério de Minas e Energia, do Fórum dos Pró-Reitores de Orçamento e Administração (Forplad).
Ainda na abertura do seminário, o vice-reitor da UFG parabenizou a iniciativa do evento e destacou o interesse demonstrado pelos diretores de unidades acadêmicas. “Essa temática deve ser levantada porque todos sabem que discutir orçamento e economia deve ser uma iniciativa de todo proprietário de casa”, ressaltou Benedito Ferreira.
Programa de otimização na UFG
O engenheiro Leonardo Eustáquio Guimarães, coordenador de Administração da Pró-reitoria de Administração e Finanças (Proad) da UFG, proferiu a primeira palestra do dia: “A origem do programa de otimização de recursos e redução de custos na UFG: resultados já alcançados”. Segundo ele, é preocupação inicial dessa gestão a alocação de recursos e sua aplicação criteriosa. Inicialmente, já foram renegociados os valores de aluguel dos espaços cedidos ao Banco do Brasil (BB) e à Caixa Econômica Federal (CEF) e os custos com antenas de televisão. Estão em negociação um novo espaço para a CEF e outro a ser cedido dentro do Hospital das Clínicas (HC). Como explicou Orlando Valle, a UFG negociou com o BB e a CEF uma parceria que consiste na isenção de aluguel durante determinado período, e em contrapartida os bancos financiam obras importantes. Cerca de R$ 6,5 milhões virão do BB para a construção de uma nova biblioteca no câmpus I e R$ 4,5 milhões da CEF para finalizar o Centro de Cultura e Eventos. Além dessas negociações, Leonardo abordou as ações de otimização de recursos com reduções de custos já realizadas na UFG. Segundo ele, foi identificado um desperdício no contrato com a reprografia, por exemplo, que até setembro de 2006 incluía uma franquia de 625 mil cópias, e a partir de outubro passou a ser de 400 mil cópias, o que representou uma redução de custos anual de cerca de R$ 500 mil. A redução com telefonia anual prevista é de R$ 1.165.000, de R$ 1.680.000 para R$ 515.000.
Sobre os gastos com vigilância e pessoal de limpeza, Leonardo lembrou que a UFG é obrigada a terceirizá-los. A terceirização representou, em 2007, um gasto de cerca de 23,3% do orçamento destinado ao custeio da universidade, o equivalente a R$ 8.894.171. Segundo Leonardo, a UFG quer conseguir redução nesses custos, assim como já ocorreu em outras IFES, por isso buscou especialistas da UFV e UFSC para esse seminário, já que os câmpus são muito parecidos. “Focalizar o alvo correto, motivação da comunidade universitária e mudança cultural, são fatores determinantes para o menor comprometimento da parcela do orçamento destinada à manutenção”, afirmou.
Custos de serviços terceirizados
O arquiteto Marco Antônio de Oliveira, diretor do Centro Gestor do Espaço Físico (Cegef) da UFG, traçou um panorama atual dos gastos com serviços terceirizados na universidade. Ele começou pelos gastos com segurança, que a partir de 2006 incluíram os câmpus I e os do interior, e os novos contratos com a expansão de Catalão e Jataí. Ressaltou o aumento da demanda por esses serviços: há licitação em andamento para a segurança do bosque Saint Hilaire, devido a problemas com drogas, e com o surgimento dos cursos noturnos, previstos pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a requisição desse tipo de serviço também deve aumentar.
O diretor do Cegef ressaltou ainda que começou no ano passado e está em realização um plano de segurança para os câmpus, que inclui adesivos para identificação de carros, passarelas cobertas para evitar o trânsito por dentro das unidades e catracas e cancelas eletrônicas para controlar entradas e saídas dos prédios. O custeio da segurança na UFG em 2008 está previsto para a ordem de R$ 6 milhões. Sobre os serviços de limpeza na UFG, Marco Antonio afirmou que atualmente há 240 serventes, o que corresponde a um para cada 550m² de construção. Segundo ele, novos contratos prevêem não necessariamente a limpeza de todos os ambientes, todos os dias. A respeito dos gastos com energia elétrica, Marco Antonio lembrou que o grande número de novos edifícios e o aumento de equipamentos como os de ar condicionado, hoje presentes em quase todas as unidades, que incrementam o valor da conta de energia.
Redução de custos na UFV
O professor Fernando Baeta, pró-reitor de Administração da UFV, falou sobre sua experiência na diminuição de custos com serviços de limpeza. Fernando observou uma falta de controle no uso da energia e telefonia e sugeriu que haja uma pessoa especializada para fiscalizar isso. “Na UFV, por exemplo, criamos uma gerência de telefonia”, afirmou. Especificamente sobre a limpeza, Fernando Baeta ressaltou que muitas vezes não se sabe o que está contratando, pois não há controle adequado e porque os contratos são um pouco confusos. Portanto, segundo ele, primeiro é preciso definir um parâmetro para gastos com limpeza. Depois ele defende a presença de uma pessoa pra determinar o que realmente é necessário fazer. Finalmente, ele diz que é preciso ajustar a cultura do processo de limpeza. Primeiramente, a UFV pediu uma listagem da área de piso, azulejo e janela de todos os prédios. Depois procuraram saber a freqüência de limpeza necessária em cada ambiente.
Os estudos levaram a um montante de área a ser limpo, que foi comparado a área limpa por cada funcionário, e assim a contratação foi feita, evitando-se o desperdício. Há ainda uma pessoa na UFV responsável pela fiscalização desses serviços, que podem ser adicionados no contrato de acordo com o crescimento da universidade.
Source: Ascom / UFG
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