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Seminário debate políticas adotadas pela Unicamp e UFSC

En 20/03/08 01:17 .
Representantes de ambas as Universidades discutem, na UFG, as experiências de suas instituições sobre políticas de acesso ao ensino superior.

“Os impactos das políticas de acesso nas universidades brasileiras”. Este foi o tema da mesa-redonda do seminário "Políticas de acesso ao ensino superior: aprofundando o debate", realizado na última quinta-feira, dia 13, no auditório da Faculdade de Letras da UFG, no Câmpus Samambaia. O coordenador executivo da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp, Leandro Russovski Tessler, falou sobre a experiência da universidade paulista, e o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marcelo Tragtenberg, abordou a política adotada por sua instituição.


Unicamp

Leandro Russovski ressaltou que ação afirmativa não é sinônimo de cotas, discussão que segundo ele ganhou destaque nacional em 2003: “Sempre que alguma instituição sai do seu caminho para favorecer um grupo, é uma ação afirmativa. Cotas não são a única forma”, define o professor.

O Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paai), adotado na Unicamp em 2004, usa o sistema de bonificação. São atribuídos 30 pontos extras para alunos que fizeram o Ensino Médio completo em escola pública e 40 pontos extras para aqueles que além desse requisito, também se auto-declaram negros, pardos ou indígenas.

Sobre a polêmica de uma possível queda no nível das universidades que adotam tais ações, Leandro Russovski expôs gráficos que mostram que os alunos vindos de escolas públicas alcançaram a média e na maioria das vezes até a ultrapassaram. Os negros ingressos na universidade não alcançaram a média, mas segundo o professor, também não a pioraram.

Leandro Russovski defendeu ainda a autonomia universitária: “cada universidade deve encontrar o seu caminho, sem que legislações interfiram nesse processo”.

UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) adota o programa de ações afirmativas de acesso ao Ensino Superior com recorte racial. O professor da UFSC, Marcelo Tragtenberg, explicou que o sistema de ações afirmativas se faz necessário para garantir direitos universais e acesso ao ensino superior. Segundo dados do censo 2000, em Goiás 6,8% dos auto-declarados brancos possuem curso superior e apenas 2,1% dos negros. “Não vai adiantar somente investir na escola pública e nas universidades, essas medidas não são suficientes para combater o racismo, por isso as ações afirmativas voltadas para os negros são importantes”, defende o professor.

A UFSC destina 20% das vagas para estudantes que cursaram o ensino fundamental e médio em escolas públicas. Além disso, 10% das vagas de todos os cursos de graduação são reservadas a estudantes negros oriundos, preferencialmente, de escola pública, uma forma de valorizar o fator socioeconômico. Em 2008 também foram ofertadas 5 vagas para indígenas e será aumentada uma a cada ano, até chegar ao total de 10.

O processo seletivo garante ao candidato que optar pelo sistema de reserva de vagas o direito de ingresso à universidade pela classificação geral. Ou seja, se a percentagem de reserva for preenchida e o aluno alcançar média para passar na prova pela classificação geral, a vaga é assegurada.

Para o professor da Faculdade de Ciências Humanas e filosofia (FCHF) e colaborador do seminário, Joaze Bernadino Costa, os debates foram importantes para a universidade, pois ao se discutir as experiências de outras instituições, a UFG consegue subsídios para optar por um programa de ações afirmativas que atenda à sua realidade.

Fuente: Ascom

Categorías: Ações Afirmativas